Quase 30 por cento dos fertilizantes colocados à venda no Estado do Paraná, nos últimos cinco anos, apresentaram algum tipo de fraude na formulação. O número foi divulgado ontem pelo Serviço de Fiscalização de Insumos Agrícolas da Secretaria da Agricultura, durante reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar. De acordo com o engenheiro agrônomo Eduardo Scucato, o índice médio de adulterações dos últimos 20 anos é de 18,4 por cento. Considerando apenas os últimos cinco anos, o índice sobe para cerca de 30 por cento. Segundo ele, o aumento se deve ao aperto na fiscalização, com intensificação das interdições por parte dos fiscais, e retirada de produtos de baixa qualidade do comércio, o que trás prejuízo à todos.De acordo com o agrônomo, o Paraná tem um consumo anual de 3 milhões 41 mil toneladas de fertilizantes. O Estado também consome 3 milhões de doses de inoculantes por ano, produto que ajuda no desenvolvimento de plantas leguminosas. Segundo a Secretaria da Agricultura, o Paraná é o único no País que faz a fiscalização da qualidade dos produtos vendidos no comércio, com coletas aleatórias nas revendas e também nas propriedades rurais.A Secretaria pediu aos agricultores apoio para mudar a legislação sobre a industrialização, comércio e revenda de fertilizantes. Eduardo Scocato ressalta que a participação dos comerciantes e da população é fundamental.Os membros do Conselho também asseguraram apoio para enviar um projeto de lei à Assembleia Legislativa e ao governo federal estabelecendo melhorias nos processos de fiscalização no comércio e na indústria.