Durante toda o dia de ontem, aconteceu a 10ª edição da Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, onde o tema debatido foi ‘Proteção integral, diversidade e enfrentamento das violências’. Representantes de escolas e entidades sociais participaram do evento e puderam debater os assuntos com representantes da Secretaria de Assistência Social e Conselho Tutelar. 
Das discussões, será formada uma ata e escolhida uma comissão para levá-la aos encontros regionais. Os objetivos foram apontar os desafios a serem enfrentados e definir ações para garantir o pleno acesso das crianças e adolescentes às políticas sociais, considerando as diversidades que serão enfrentadas, além de formar propostas para enfrentar as formas de violências, propor ações para democratização, gestão, fortalecimento e participação das crianças e adolescentes nas políticas públicas.

O secretário de assistência social, Claudiovani Correa, falou sobre o evento. “A administração de Dois Vizinhos tem se preocupado muito com as ações voltadas à criança e ao adolescente. É bom termos crianças e adolescentes aqui. Seria uma falha enorme ter um público só de adultos, pois estamos pensando nas propostas para os próximos anos voltadas para vocês, por isso, é importante ouvir os mais interessados”, disse.

Ele fez um apanhado histórico. “Já são 23 anos de conferências. Começamos em 1995, quando houve a primeira com a temática sobre os direitos à educação, vida, lazer, saúde, convivência familiar e coletiva e também as obrigações das famílias, do Estado, município e garantia de proteção integral contra qualquer situação de abuso e violência. Em 2001, já foi a temática do enfrentamento enfatizando que a violência deixa marcas profundas na sociedade e, em 2018, chegamos com esse tema belíssimo e desafiador que é a proteção integral, ou seja, não basta se preocupar só com o conhecimento e intelecto, mas é preciso olhar o ser humano na sua totalidade”, acrescenta.

Dois Vizinhos tem números altos de violência contra crianças e adolescentes. Somente em 2018, são mais de 40 casos de exploração sexual e violência. “Dizem os estudiosos que, para cada caso, temos pelo menos sete escondidos. Essa é uma ferida social que tem que dizer algo para nós, independente da nossa função. Isso deve nos tirar o sono e nos colocar em movimento como sociedade para pensarmos como superar esse problema social. Tivemos um avanço com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e outras leis e estamos aperfeiçoando para que os traumas e as feridas fiquem menores”, completou.

O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Gilberto da Silva, destacou os avanços conquistados recentemente e a expectativa de melhoras para o futuro. “Conversávamos nas entidades nas últimas semanas sobre a importância da criança e do adolescente participar da conferência, para debater seus direitos. Isso só se dá com o conjunto todo da sociedade trabalhando para um bem comum. Como eu já venho de várias conferências municipais, estaduais e federais, posso dizer que já avançamos muito, mas temos muito a melhorar ainda. Passos largos foram dados, mas ainda vivemos uma realidade preocupante. As crianças e adolescentes hoje tem voz ativa, participem, conheçam, amanhã ou depois vocês vão estar no nosso lugar e vão seguir esse trabalho”.

Fonte: Alexandre Baggio/ Jornal de Beltrão

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