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  • 02 Jan 2019

  • Foto: Nelson Almeida/AFP

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O presidente Jair Bolsonaro propôs um "pacto nacional" entre a sociedade e os poderes da República em um discurso de 9 minutos e 53 segundos no Congresso Nacional após tomar posse no cargo para o mandato 2019-2022.

Ele fez referência ao "pacto" ao falar sobre os desafios do novo governo na área econômica. Segundo o novo presidente somente "um verdadeiro pacto nacional entre a sociedade e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário" será possível vencer os desafios da recuperação econômica.

De acordo com Bolsonaro, é preciso criar "um círculo virtuoso" para a economia, a fim de se gerar confiança para abrir os mercados para o comércio internacional, "estimulando a competição, a produtividade e eficácia sem viés ideológico". Ele destacou nesse processo o setor agropecuário, que, segundo disse, atuará em harmonia com a preservação ambiental.

"Esses desafios só serão resolvidos mediante um verdadeiro pacto nacional entre a sociedade e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, na busca de novos caminhos para um novo Brasil."

Bolsonaro disse que o novo governo vai priorizar quatro pontos: combate à corrupção; combate à criminalidade; economia; dar fim à irresponsabilidade ideológica.

Acusado por opositores durante a campanha eleitoral de adotar posições rascistas e discriminatórias, o presidente se comprometeu durante o discurso a atuar contra a discriminação e a divisão da sociedade

"Reafirmo meu compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão."

"Daqui em diante, nos pautaremos pela vontade soberana daqueles brasileiros: que querem boas escolas, capazes de preparar seus filhos para o mercado de trabalho e não para a militância política; que sonham com a liberdade de ir e vir, sem serem vitimados pelo crime; que desejam conquistar, pelo mérito, bons empregos e sustentar com dignidade suas famílias; que exigem saúde, educação, infraestrutura e saneamento básico, em respeito aos direitos e garantias fundamentais da nossa Constituição", declarou.

Principais pontos do discurso

Conclamou os poderes a um "pacto nacional".

Prometeu medidas para abrir o mercado brasileiro ao comércio internacional.

Afirmou que governo não gastará mais do que arrecada e que contratos serão cumpridos

Prometeu "reformas estruturantes".

Disse que valorizará policiais, que "sacrificam suas vidas" para garantir a segurança

Prometeu escola que prepare alunos "para o mercado de trabalho e não para a militância política".

Se comprometeu a construir uma sociedade sem discriminação.

Disse que combaterá a ideologia de gênero.

Prometeu respeito a todas as religiões, "respeitando nossa base judaico-cristã".

Afirmou que a política externa "retomará seu papel na defesa da soberania, na construção da grandeza" do Brasil.

Apoio do Congresso

Bolsonaro pediu ao Congresso para ajudá-lo na missão de "restaurar e de reerguer nossa Pátria, libertando-a, definitivamente, do jugo da corrupção, da criminalidade, da irresponsabilidade econômica e da submissão ideológica".

Noutras referências ao Congresso, disse que conta com o apoio da instituição para "dar o respaldo jurídico aos policiais para realizarem seu trabalho" e que vai valorizar o parlamento, "resgatando a legitimidade e a credibilidade do Congresso Nacional".

Ao assinar o termo de posse, dirigiu-se aos parlamentares no plenário e disse: "Estou casando com vocês".

Ele afirmou que está diante de uma "oportunidade única de reconstruir nosso país e de resgatar a esperança dos nossos compatriotas".

O presidente atribuiu a eleição dele ao atentado que sofreu durante a campanha eleitoral, no qual sofreu uma facada.

"Quando os inimigos da pátria, da ordem e da liberdade tentaram pôr fim à minha vida, milhões de brasileiros foram às ruas. Uma campanha eleitoral transformou-se em um movimento cívico, cobriu-se de verde e amarelo, tornou-se espontâneo, forte e indestrutível, e nos trouxe até aqui", declarou.

'Amarras ideológicas'

Ele também afirmou que, sob o governo dele, o Brasil "voltará a ser um país livre das amarras ideológicas". Bolsonaro convocou os parlamentares do Congresso a ajudá-lo a reerguer e libertar o país "do jugo da corrupção, da criminalidade, da responsabilidade e da submissão ideológica".

"Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e as nossas tradições judaico-cristãs, combater a ideologia de gênero, conservando nossos valores. O Brasil voltará a ser um país livre das amarras ideológicas. Pretendo partilhar o poder de forma progressiva, responsável e consciente. De Brasília para o Brasil, do poder central para estados e municípios", declarou.

Bolsonaro iniciou o discurso agradecendo "a Deus por estar vivo" e à Santa Casa de Juiz de Fora, onde foi atendido após ter sofrido facada em um atentado durante a campanha eleitoral.

A sessão

A sessão, no plenário da Câmara, foi conduzida pelo presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (MDB-CE). Compuseram a mesa, além de Bolsonaro, o vice-presidente eleito Hamilton Mourão; o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; a procuradora-geral da República, Raquel Dodge; o vice-presidente do Congresso, deputado Fabio Ramalho (MDB-MG); e o primeiro-secretário da Mesa do Congresso, deputado Giacobo (PR-PR).

Antes de Bolsonaro e Mourão prestarem o compromisso constitucional, os presentes cantaram o Hino Nacional, executado pela Banda dos Fuzileiros Navais.

"Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil", afirmaram ao fazer o juramento.

Às 15h10, Eunício Oliveira declarou os dois empossados para o período 2019-2022 e em seguikda o primeiro-secretário do Congresso, deputado Giacobo, leu o termo de posse. Às 15h15, Bolsonaro e Mourão assinaram o termo de posse.

Fonte: G1

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