Cerca de 200 presos de 17 unidades de todas as regiões do Paraná estão confeccionando máscaras, pijamas e outros itens de proteção individual para agentes da saúde e da segurança pública de todo o Estado. Detentos que estiverem com suspeita ou confirmação de contaminação por coronavírus também receberão os materiais.

O objetivo é produzir em média 7,8 mil itens por dia, ou seja, mais de 39 mil por semana. A cada dia trabalhado, os detentos se beneficiam com a redução de um dia de pena.

Toda esta produção visa reduzir a escassez de equipamentos de proteção individual contra o coronavírus no mercado e, principalmente, para atender as áreas que mais estão cuidando da população neste momento: saúde e segurança. “Precisamos que os nossos profissionais estejam bem protegidos contra esta pandemia para poderem continuar seu trabalho”, afirmou o secretário estadual da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares.

Mesmo contando com verbas e materiais adquiridos pelo próprio Departamento Penitenciário, a maior parte da matéria-prima (tecidos, elástico e linhas) chega às unidades por doação. Além dos hospitais beneficiados, instituições e entidades públicas municipais, estaduais e federais, como os Conselhos da Comunidade e a Justiça Federal, comerciantes e grandes empresas privadas também têm fornecido recursos, equipamentos e matérias-primas, para receberem de volta os materiais beneficiados.

Com setores de costura em todas as regionais do Departamento Penitenciário, é possível que a produção seja aumentada. “Temos estrutura e podemos ampliar esta produção em caso de necessidade” disse o secretário. Segundo ele, parte dos produtos, inclusive, já foram doados a hospitais e unidades públicas de saúde e às polícias Militar e Civil do Estado, assim como aos presos e servidores do Departamento Penitenciário.

A confecção dos materiais segue normativas de segurança e orientações de técnicos de saúde. Todas as regionais estão produzindo máscaras para atender as necessidades do próprio Depen e de forças da segurança pública. Além disso, na Região Metropolitana de Curitiba, em Francisco Beltrão e em Londrina, também há confecção de jalecos, que serão usados por servidores da saúde e da segurança pública.

Segundo o diretor-geral do Depen, Francisco Alberto Caricati, estão sendo tomadas as devidas precauções de higiene e limpeza em todas as etapas do processo. “Sabemos o quanto o cuidado com a higiene é importante. As doações que recebemos de matéria-prima retornam às instituições e organizações na forma do produto já pronto”, afirmou.

Os detentos estão produzindo três tipos de máscaras, sendo parte da produção descartável e outra lavável, além de pijamas e jalecos. As máscaras são feitas em camada tripla e confeccionadas a partir de três tipos de materiais: Spunbonded+Meltblown+Spunbonded (SMS), indicado para equipamentos médico-hospitalares; Tecido-Não-Tecido (TNT), que tem duração de proteção de duas a três horas em ambientes controlados e são descartáveis; há ainda a versão em tricoline, indicada para quem não tem contato direto com casos suspeitos ou confirmados e devem ser lavadas e esterilizadas imediatamente após o uso.

FRANCISCO BELTRÃO

No sudoeste, a meta é produzir 700 jalecos por dia, hoje a média é de 500. “Estamos confeccionando diariamente, pelo menos, 500 roupas, mas estamos ampliando a produção. Já doamos mais de 3,2 mil aventais ao município de Francisco Beltrão, para serem repassados às unidades de saúde e hospitais da região”, contou o coordenador regional, Antonio Marcos Camargo de Andrade.

De acordo com ele, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) recebeu 80 unidades de aventais descartáveis e, em breve, mais serão enviados. “É hora de unirmos esforços e nos ajudarmos. Temos máquinas de costura e mão de obra capacitada e à disposição. Os presos têm se mostrado satisfeitos em poder ajudar, afinal, é bom para todos. Então, enquanto tivermos necessidade e pudermos contar com os tecidos e demais materiais, a produção não vai parar”, afirmou Marcos Andrade.

Na região, a expectativa é de que os presos produzam 273 mil máscaras, sendo que a maior parte (cerca de 250 mil) será doada à Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão, que as encaminhará às unidades de saúde e hospitais do município. A outra parte da fabricação será distribuída às unidades prisionais da região. “Estamos com uma produção mínima de 1 mil máscaras diariamente, mas ainda queremos aumentar”, destacou Marcos Andrade.

Fonte: AEN

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