Expectativa é que o senador Álvaro Dias consiga 27 assinaturas para retomar a tramitação da matéria.
Foto: Assessoria
222
Reunião ontem, no Legislativo de Capanema, discutiu a necessidade de manter a tramitação, no Senado, do projeto que cria a Estrada-Parque Caminho do Colono. De autoria do então deputado Assis do Couto (PDT), o PLC 61/2013 corre o risco de ser arquivado. A expectativa é que o senador Álvaro Dias (Podemos) consiga 27 assinaturas para retomar a tramitação da matéria.
A convite da Associação Empresarial de Capanema (Acec), Assis do Couto participou da reunião e fez uma apresentação do projeto, que tramitou na Câmara dos Deputados em 2010 e foi aprovado em 2013. Desde então, por força de um requerimento do então senador Roberto Requião (MDB), que já se manifestou publicamente contrário à reabertura da estrada, o projeto não avançou. Agora, passadas duas legislaturas sem tramitação, o regimento do Senado exige no mínimo 27 assinaturas para desarquivar o projeto.
Assis argumenta que, ao contrário do que diz o relatório da Unesco, quando do fechamento em definitivo da Estrada do Colono (trecho de 17,6 quilômetros que ligava os municípios de Capanema a Serranópolis do Iguaçu), a estrada precede a criação do Parque Nacional do Iguaçu.
“A estrada é a continuidade de um caminho indígena, que ligava Salto Del Guairá à região das Missões, no Rio Grande do Sul. Os missionários passaram muitas vezes por ali. Posteriormente Prestes (Luís Carlos Prestes) não abriu uma nova picada, apenas alargou a que existia. Então a estrada precede sim ao Parque, que foi criado em 1939”.
Além da origem da Estrada do Colono, Assis do Couto argumenta que o projeto 61/2013, ao contrário do que afirmou o chefe do Parque do Iguaçu Ivan Baptiston, mais do que conceitos, tem princípios de preservação e sustentabilidade.
O autor do projeto ressalta que a matéria prevê a regulamentação, inclusive, de outras estradas-parque existentes no Brasil. “O projeto leva em conta a preservação ambiental, promoção ao turismo e estimulo à segurança no Parque Nacional do Iguaçu. O parque foi criado sem levar em conta a preexistência da Estrada do Colono, caminho histórico que foi fechado em 2001 por um erro no Plano de Manejo do parque”, frisou.
A Acec e outras lideranças da região iniciaram a mobilização de várias entidades, parlamentares e a sociedade para fazer um movimento em defesa da criação da Estrada-parque Caminho do Colono. O senador Álvaro Dias, que quando governador do Paraná chegou a elaborar um projeto de estrada-parque, em vídeo divulgado na reunião afirmou que está trabalhando para reunir as 27 assinaturas necessárias para desarquivar o projeto de Assis do Couto.
O juiz Márcio Geron, uma das lideranças municipais que está à frente do movimento, afirmou que o fechamento da estrada impediu o desenvolvimento de Capanema e vem gerando reflexos negativos em todas as áreas. “Escolas estão para fechar, os nossos templos estão ficando vazios, a economia é quase de subsistência e, a pior tragédia, esta situação está provocando o êxodo dos nossos jovens”, comentou.
Dr. Marcio Geron afirmou ainda que o movimento já conta com o apoio, além das várias associações, do Governo do Estado e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. “E acredito que o presidente (Ademar Traiano), da Assembleia Legislativa, também não vai nos faltar nesse momento”, dise.
Também participaram da reunião o presidente da Acec, André Felipe Muller, vice-prefeito Milton Kafer, presidente da Câmara, Valdomiro Brizola, vereadores, secretários municipais, entre outros. O prefeito Américo Belle, em função de outro compromisso, disse que não poderia comparecer.
Fonte: Jornal de Beltrão