Na última segunda-feira, 11, em sessão ordinária da Câmara de Vereadores, foi aprovado, por unanimidade, um requerimento dos legisladores Adriano Santiago (PTC) e Benini Júnior (PTC), solicitando informações sobre três processos de licitação que estão em andamento no município: um para a compra de um drone, outro para a aquisição de um barco e a terceira de renovação de contrato dos radares instalados no perímetro urbano.

“A gente teve conhecimento, através do portal da transparência, que foram lançados os editais para locação de equipamentos de fiscalização eletrônica de velocidade e outro para aquisição de barco e coletes. Seria interessante que viesse uma justificativa plausível porque a previsão de gasto é de R$ 952 mil. A justificativa não vai de encontro com o que o prefeito está falando nas redes sociais e também quanto à decretação de Estado de Calamidade Pública, num município que está com dificuldade, redução de arrecadação e, uma semana depois, é lançado esse edital. Merece uma justificativa plausível, de real interesse público porque nós aqui nessa Casa fizemos a contribuição de 30% dos salários nesse período e vejo que o município só está falando em dificuldade e não está fazendo nenhuma ação nesse sentido”, disse Benini Júnior.

Dida Santiago (PTC) também falou sobre os certames licitatórios e o requerimento. “Pode ser legal, mas está sendo imoral no momento. Quem está conversando com as pessoas tem visto os comentários sobre o assunto. Mais de 30 pessoas me questionaram porque está sendo feito isso nesse momento. Eu não concordo. Não é o momento. Tem pessoas de creche me procurando, de colégios me procurando porque estão sem emprego aí faz uma ação de locação de radares por mais de R$ 900 mil. As pessoas da cidade não estão aceitando esses valores, pode ser o momento político, de pandemia de saúde, mas tem que se tomar essa decisão”, diz.

Prefeitura fala sobre as licitações

O secretário-geral de Governo, Itamar Boaretto, explicou porque os equipamentos estão sendo adquiridos. “O município, através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, tem um pedido para licitar um barco de polipropileno, que é aquele plástico duro, leve, para fazer a limpeza dos nossos lagos (Lago Dourado e Lago da Paz). Estamos fazendo um pregão eletrônico que vai ser aberto no dia 19 de maio e o valor máximo é R$ 2.303,00 e acredito que vamos comprar por menos porque é um pregão aberto para empresas de todo o Brasil. A gente usava, para limpeza, embarcações emprestadas do Corpo de Bombeiros, mas isso sempre gerava dificuldades. Já aproveito para pedir as pessoas que usem esses locais com consciência e joguem o lixo no lixeiro”, disse.

Ele também falou sobre a aquisição do drone. “Foi uma solicitação da Vigilância Sanitária para dar um apoio e ajudar a monitorar os locais de difícil acesso porque os índices de dengue tem aumentado. Vemos, às vezes, que atrás dos muros temos piscinas, como recebemos denúncias aqui na Prefeitura, cheias de sujeira. O objetivo é poder chegar nesses locais de difícil acesso, temos parceria com a UTFPR que vai ajudar a manusear o equipamento e auxiliar na prevenção. Abrimos o pregão no valor de R$ 12 mil e também acredito que podemos ter preços mais baratos. O processo acontece no dia 18 de maio e é de extrema importância para ajudar a saúde. Se conseguirmos combater um, dois focos e fazer com que menos pessoas peguem a dengue, quanto vale isso?”, indagou.

Radares

O secretário ainda explicou que a licitação é para renovação dos contratos de radares no município e ampliação do serviço para a Avenida das Torres. “Eu vi várias críticas dos radares, mas é uma licitação para dar continuidade ao serviço. A licitação atual está vencendo no dia 5 de julho e o serviço será interrompido se não tivermos nova licitação. Temos o acréscimo de equipamentos para a Avenida das Torres num pedido de muitas pessoas dos bairros próximos porque tem alguns motoristas que trafegam ali a 100, 120 km/h. Já pensou se tirássemos todos os radares da cidade? Quantas pessoas iam morrer? Quantos acidentes íamos ter. Optamos, como administração, em fazer a licitação e ampliar o serviço de radar. O valor da tomada de preços é de R$ 950 mil e funciona da seguinte forma: a tomada foi aberta e as pessoas vão entrar e provavelmente vai ser mais baixo que isso e ele é pago com as multas”, conclui.

Fonte: Alexandre Baggio/ Jornal de Beltrão