Seguindo a série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Dois Vizinhos, a Rádio Educadora AM recebeu, no Programa Sete e Meia de segunda-feira, 1º, o advogado Willian Benini (PSC). Procurador jurídico do município desde 2016, ele defendeu técnicos no comando do Executivo. “Coloquei meu nome a disposição do partido em razão do cargo técnico que eu exerço. Estou, juntamente com as minhas colegas, há alguns anos, fazendo a defesa administrativa e judicial de Dois Vizinhos. Então, eu pergunto para mim mesmo: por que não atuar de uma maneira mais ampla? Muitas vezes os procuradores atuam nas audiências judiciais e defendem, com unhas e dentes, o município, o patrimônio público, o erário que é o nosso dinheiro. O cargo técnico que eu atualmente possuo vem a capacitar qualquer procurador, advogado público de exercer um cargo de gestor do município”, resumiu.

Ele destacou que os gestores só definem ou não pela realização dos projetos depois do parecer dos advogados. “Eu dou um exemplo que, muitas vezes, o gestor leigo, nada contra, as pessoas que vem da iniciativa privada, acabam tendo essa inspiração querem deixar uma obra para a posteridade. O problema é que, em vários municípios, para fazer uma obra grande, é necessário fazer desapropriação de um bem particular. Vou usar um exemplo aqui, emprestando a cidade de Dias Gomes, a Sucupira: o gestor de lá decide desapropriar um hospital particular para se tornar público. Ele vai lá, paga o preço de uma desapropriação administrativa, só que aquele que é desapropriado fica insatisfeito. O que ele faz? Procura o Poder Judiciário que vai apontar o valor correto que, muitas vezes, é muito maior do que o pago administrativamente. Na maioria dos casos, isso gera um passivo judicial. O cargo técnico, como gestor, na minha opinião, vai avaliar, de maneira diferente, para não deixar uma despesa maior para o futuro”, relatou.

Aliado ao governo

Willian destaca que o seu partido faz parte da base do Governo Estadual, o que poderia trazer benefícios para uma possível gestão. “Temos linha direta com o governador, mas, no que diz respeito a dinheiro público, precisamos pensar que, antes de encher a caixa d’água, é necessário estancar os furos. Tudo se resume e converge para a capacidade de gestão que une a financeira e a capacidade política de diálogo com vários atores da sociedade, como a Associação Empresarial (Acedv/CDL), os conselhos de direito, igrejas, sociedade civil organizada e os servidores públicos. Pensamos lá, se o município tem um orçamento previsto, estimado para gastos e a previsão para 2020 é de R$ 143 milhões, do qual desse total, R$ 2,9 milhões são destinados para a Câmara. Então, com isso, tem que pensar no que gastar. A gente sabe que 50% dessa receita é com os servidores e esse é o desafio: a capacidade de gestão para criar a infraestrutura e o município venha crescer, atrair novas empresas e riquezas”, acrescenta.

O pré-candidato ressalta que os servidores públicos, bem aproveitados, podem gerar riquezas ao município. “O tesouro que temos aqui são as pessoas, os servidores públicos que, se bem utilizados, podem gerar riquezas. Isso, juntamente com a sociedade civil organizada, os clubes de serviço, os de voluntariado, tendo gestão, faz-se uma equipe técnica, uma comissão que acompanhe os contratos. Muitas vezes, uma obra grande é feita por estimativas, especificações que, muitas vezes, na prática não se utiliza. Na especificação, por exemplo, se fala que são 100 sacos de cimento, mas na realidade se usa metade. Aí a administração, através dessa comissão, vai chamar o contratante e revisar o contrato para que o município economize”, conclui.

Fonte: Alexandre Baggio/ Jornal de Beltrão