Brasil aceita compromisso de corte de emissões

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, discursou hoje em conferencia na Africa do Sul e afirmou pela primeira vez que o país aceita um compromisso internacional de corte de emissões de gases

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  • 09 de Dezembro de 2011
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A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, discursou nesta quinta-feira (8) na 17.ª Conferência do Clima (COP-17), em Durban, na África do Sul, e afirmou pela primeira vez que o país aceita um compromisso internacional de corte de emissões de gases-estufa. “Nós não podemos chegar ao ano 2020 e dizer: ‘O que vamos fazer?’ Nós temos de começar agora esse diálogo. O país está aberto à negociação de algo mais abrangente, inovador e estratégico, com base nos conhecimentos científicos e no engajamento de todos os países”, afirmou.

Nesta quinta, após o aceno positivo do Brasil - e também dos Estados Unidos -, os quase 200 países reunidos na 17.ª Conferência do Clima (COP-17) em Durban, na África do Sul, estão bem perto de fechar um “pacote climático”. O pacote incluirá um segundo período do Protocolo de Kyoto - que funcionará de 2013 a 2020 - e também um roteiro para um futuro acordo global contra as mudanças climáticas, em que todos os grandes emissores de CO2 do mundo, incluindo o Brasil, terão metas obrigatórias para cortar emissões de gases que provocam o efeito estufa.

A primeira fase de Kyoto termina em dezembro de 2012. Por isso, sua continuidade era a questão mais urgente a ser decidida em Durban. Nesse tratado, apenas os países industrializados são obrigados a cortar suas emissões de CO2. Por acharem essa imposição injusta, o Japão, a Rússia e o Canadá não querem fazer parte do segundo período do acordo, mas também não se opõem a sua realização. Os EUA nunca fizeram parte de Kyoto e querem permanecer fora dele, mas não se importam se o protocolo continuar vivo.

A União Europeia, que sempre se disse favorável a ficar em Kyoto e era a grande esperança para isso se concretizar, colocava uma única condição para a sua adesão: que se definisse em Durban um roteiro para o próximo acordo, com um cronograma para sua entrada em vigor. Os europeus defendem que o acordo tem de ser fechado até 2015 e entrar em vigor em 2020 - assim, os países terão cinco anos para ratificá-lo em seus países.

Estados Unidos - Todd Stern, chefe da delegação americana, afirmou que apoia a ideia da UE de ter um roteiro para o acordo pós-2020 e disse que é “mentira” que seu país tenta atrasar as ações de combate às mudanças climáticas. A fala foi uma resposta principalmente a um protesto de uma estudante antes do discurso de Stern - ela gritou que estava preocupada com seu futuro, pedindo aos EUA que agissem.