Produtividade ficou abaixo do esperado, mas a remuneração está boa.
Foto: Jornal de Beltrão
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A colheita 90 mil hectares de trigo plantados na região de Francisco Beltrão e Dois Vizinhos está sendo finalizada. Falta colher algumas lavouras em Francisco Beltrão, Flor da Serra do Sul, Renascença, Marmeleiro e Barracão.
Na região de Pato Branco, a colheita chegou a 80%. Foram plantados 60 mil hectares na microrregião. Conforme Ivano Carniel, técnico do Deral/Seab, a qualidade do produto está razoável, mesmo com as geadas e a estiagem de setembro afetando o desenvolvimento das plantas e dos grãos. “A seca adiantou o ciclo”, relata Ivano.
Alexandre Bianchini, chefe do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab), de Dois Vizinhos, informou em entrevista à Rádio Educadora que no município foram plantados aproximadamente seis mil hectares. Esta área tem se mantido nas últimas safras.
O chefe do núcleo da Seab observa que “a produtividade, a cada dia, a cada ano, vai melhorando”. O Brasil não é autossuficiente na produção de trigo e ainda precisa importar o grão – principalmente da Argentina – para atender o mercado interno. A produção nacional chega próximo de cinco milhões de toneladas e o consumo fica entre 11 a 12 milhões de toneladas.
Remuneração maior
Alexandre citou, ainda, outros dois motivos para a escolha de milho e soja em detrimento do trigo. A soja e o milho dominam a preferência dos produtores porque a remuneração é maior. No ano passado a saca de soja estava R$ 75 a R$ 80, depois aumentou para R$ 117 e hoje está na faixa de R$ 140.
Disse, também, que o trigo é uma cultura de muito risco. “O produtor um ano planta e perde, o outro ano planta e consegue sair bem e pagar os custos. Então, o produtor oscila bastante na decisão de plantar o trigo”, sublinhou. Os fatores climáticos vêm influenciando na produção e produtividade. Num ano é o excesso de chuvas ou geadas fortes, n’outro a falta de chuvas ou excesso de calor.
Conforme informações coletadas em empresa de São João, foram plantados cerca de cinco mil hectares de trigo. Mais de 80% da área de cultivo já foi colhida. A qualidade do produto é boa, mas inferior se comparada com os grãos colhidos no ano passado.
A saca de 60 quilos de trigo, no Paraná, está variando de R$ 68 a R$ 70. A desvalorização do real frente ao dólar está garantindo uma maior remuneração para os produtores. A saca tinha aumentado para R$ 58 e agora, em função da valorização do dólar e da alta demanda, o preço da saca teve este salto.
O produto colhido no Sudoeste é transformado por vários moinhos que atuam na região.
Produtividade menor deve ser confirmada
JdeB – As condições climáticas adversas – geadas fortes e estiagem em agosto e setembro – impactaram na produtividade. Na região de Francisco Beltrão e Dois Vizinhos deverá ser confirmada a quebra de 20% a 25% prevista pelos técnicos do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab).
As médias de produtividade alcançadas nas lavouras estão ficando abaixo das previsões do Deral/Seab. A expectativa inicial era de 3 mil a 3.500 quilos por hectare. No levantamento que vem sendo feito pelo Departamento a média informada está ficando na faixa de 2.700 kg/ha a 2.800 kg/há.
Na região de Pato Branco a estimativa inicial era de produtividade de 3.200 kg/ha e a média, nas lavouras, está em 2.800 kg/ha. “O produtor esperava de 3.600 a 3.700 quilos por hectare”, ressalta Ivano Carniel, técnico do Deral/Seab de Pato Branco.
Antoninho Fontanella, do Deral/Seab de Beltrão, relata que há lavouras em que a qualidade do produto foi boa e outras com qualidade razoável.
Nos próximos dias os técnicos do Deral/Seab devem concluir um levantamento atualizado da safra agrícola.
Moinho comprou menos trigo
O proprietário do Moinho Dalla, de Ampere, Lourenço Dalle Laste, comprou menos trigo nesta safra. A empresa tinha bastante estoque da safra passada. A colheita em Ampere praticamente terminou. Lourenço comenta que a qualidade dos grãos colhidos por lá está boa. Mas teve produto que acabou afetado por causa das geadas fortes ou da estiagem de agosto e setembro.
Sobre o PH, índice importante para fazer a farinha, Lourenço diz que “tem de todo o tipo, acima de 80, e também abaixo de 80”. Mas ele frisou que “a maioria tá bom”.
Fonte: Jornal de Beltrão