Na manhã de segunda-feira, 1, o empresário Célio Vital Galvan, que é presidente da Associação de Proteção aos Autistas de Dois Vizinhos (Apadv), participou do Programa Sete e Meia, da Rádio Educadora AM, e falou sobre como foi o desafio de edificar a sede própria da instituição em meio a pandemia de coronavírus.

A obra iniciou em março do ano passado e será inaugurada na próxima quinta-feira, 4. “Há um tempo, a central do dízimo de Curitiba, havia prometido cerca de R$ 300 mil para a nossa sede. Fizemos visitas, esse dinheiro estava por vir, mas não veio na sua totalidade por causa da pandemia. Entretanto, eles nos aconselharam a começar a obra que depois eles ajudariam. Começamos com a fundação e levantamos paredes com o que tínhamos em casa, o dinheiro não veio e fomos obrigados a mudar a tática, começamos a comprar o material, pedindo descontos e a obra foi andando”, relatou.

Ele exaltou algumas parcerias. “Temos que citar a Concrevalle, o arquiteto Fernando de Godoy, da D2 arquitetura e urbanismo, que fez o projeto arquitetônico, o Cleiton Birck que fez todo o projeto da parte elétrica e está com a equipe trabalhando lá, o Tiago Biesek fez o estrutural, o Luciano Santiago fez toda a parte dos bombeiros e muitas pessoas vieram se somando e nesse meio tempo. O contador Gilson, do Escritório Alvorada, nos indicou a buscar recursos do Fundo da Infância e Adolescência (FIA) que é resquício das declarações dos impostos de renda e, com ajuda da ação social, começamos uma loucura de buscar R$ 150 mil do fundo e conseguimos, fizemos reuniões e assumimos compromissos com outras entidades para pegarmos o dinheiro e alavancar a obra. O deputado federal Vermelho (PSD) nos ajudou muito com uma emenda, o deputado estadual Paulo Litro (PSDB), a prefeitura, numa obra de várias mãos, com ajuda também dos pais dos nossos alunos e diversas outras empresas. Uma live do grupo Intuissamba arrecadou quase R$ 30 mil e outros R$ 200 mil que tínhamos em caixa também ajudaram na obra”, acrescenta.

Nova sede

O espaço foi edificado num terreno de aproximadamente 1,5 mil metros quadrados. “São 700 metros quadrados construídos, numa primeira etapa que conta com cozinha, banheiros, sala para médicos, diretora, secretária, professores, biblioteca, computação, que já está tudo montado. As cooperativas de crédito nos deram mobílias, a Sociedade Rural Vale do Iguaçu (SRVI) também nos deu mesas e a gente foi fazendo. Estamos com a escola montada, tudo dentro das normas, acessibilidade 100% e o projeto para a segunda etapa. Nossa meta era mudar no final do ano passado e conseguimos. Não podíamos ficar protelando. Tenho ainda que agradecer o ex-prefeito Zezinho Ramuski (PSDB) que doou o terreno e o ex-prefeito Raul Isotton (Sem Partido), que nos ajudou muito no começo da obra”, completa.

Ano de desafios

O presidente ressaltou que eventos que aconteciam anualmente e eram fonte de recursos, precisaram ser cancelados o que gerou mais dificuldade para a obra. “Quando começou a pandemia, estávamos no ponto forte da construção e a gente observava que, na época, muitas pessoas faziam aniversário, por exemplo, e ao invés de presente, faziam caixinha e doavam para a Apadv. Com a pandemia, os eventos cessaram. Tínhamos o Jantar Azul no CTG, que não aconteceu em 2020 e em 2021, mas temos que agradecer outras doações que recebíamos”, conclui Célio.

Sonho ainda não está completo

A diretora Maria de Cássia Bernardo Inácio comemora a inauguração da sede própria, mas ressalta que ainda quer mais. “Estamos felizes com o novo espaço, a nossa casa. Realizamos esse sonho, mas não paramos por aí. Ainda quero ter um Centro Dia em Dois Vizinhos. Esse é um espaço onde os autistas tem pernoite quando não tem mais a família. Agora temos 80% da obra pronta e ainda quero erguer o dormitório. Eu tenho medo que, quando eu não estiver mais aqui, sei que vai ser difícil cuidar do meu filho e dos autistas clássicos com mais comprometimento”, diz.

Fonte: Jornal de Beltrão/Portal Educadora