Grupo Pluma, de Dois Vizinhos, será parceiro na produção da Butanvac

Empresa vai fornecer ovos embrionados que serão utilizados na produção do primeiro imunizante 100% nacional.

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  • 27 de Março de 2021
  • Foto: Assessoria

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Na última sexta-feira, 27, o Instituto Butantan de São Paulo anunciou a produção da primeira vacina 100% nacional contra o coronavírus. Chamada de Butanvac, o imunizante terá a cadeia de produção toda dentro do Brasil e com participação de uma empresa duovizinhense: a Pluma Agroavícola, que vai ceder os ovos embrionados para a produção da vacina.

 

Como funciona?

O infectologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações, concedeu entrevista ao canal Globo News e falou sobre a vacina. “É uma mistura de tecnologias que será utilizada na Butanvac. Só para se ter ideia, na vacina da gripe, o que nós fazemos é cultivar o vírus natural influenza dentro do ovo e depois que tem o cultivo em quantidade grande você inativa o vírus, fragmenta e coloca algumas proteínas do vírus que vamos dizer é o Ingrediente Farmacológico Ativo (IFA), o substrato da vacina. Aqui é um pouco diferente, o que o Butantan propõe nessa vacina é usar outro vírus chamado Newcastle, que é da família do vírus do sarampo, faz uma combinação genética, modifica ele e coloca um segmento do genoma do coronavírus ali dentro produzindo a ‘proteína S’. Aí, uma vez esse vírus cultivado, ele segue o mesmo passo da vacina de influenza, é inativado e esses fragmentos de cultivo em ovo é colocado na vacina. O IFA acaba sendo, na verdade, a proteína S que é produzida por uma variante de um vírus aviário que não infecta humanos”, explicou

O infectologista destacou que o Butantan está sendo pioneiro. “É uma combinação de tecnologias, da que usamos na Influenza, no cultivo em ovos de galinha embrionados, misturando com uma mutação genética nesse vírus aviário. É uma ideia que existe uma ou outra plataforma também em desenvolvimento no mundo, mas que o Butantan sai na frente em termos de estudos em humanos”, completa.

O ovo é protagonista na produção do imunizante. “Dentro do ovo, o vírus se multiplica, numa proposta que esse vírus cresça em células de ovos embrionários e, quando tiver uma quantidade suficiente, você retira dos ovos, inativa o vírus, fragmenta e faz a vacina com a proteína S produzida pelo vírus dentro do ovo”, conclui o infectologista.

 

Pluma celebra

Em nota, a Pluma celebrou a parceria. “É com orgulho que o Grupo Pluma ressalta sua parceria com o Instituto Butantan por meio do fornecimento de ovos embrionados para a produção da primeira vacina 100% brasileira contra a Covid-19. É uma honra sermos parceiros do Butantan num momento tão importantes como este.” 

Fonte: Jornal de Beltrão