Desde que foram iniciadas as restrições para conter a pandemia de coronavírus, um dos setores que mais precisou se adaptar foi a educação. Todo o sistema foi alterado para manter os alunos em atividade. Nas escolas estaduais, o ano de 2020 foi marcado pela criação do sistema ‘Aula Paraná’, onde os estudantes acompanhavam as disciplinas pela TV, computador, celular ou com atividades impressas. No ano passado, era necessário cumprir as atividades, sem ter horário específico para acompanhar as aulas.

Em 2021, uma mudança: agora os estudantes que tem acesso à tecnologia participam das ‘meets’ e precisam estar nas aulas em tempo real (no horário em que estariam nas escolas) e podem interagir com professores e colegas. “A rotina é semelhante a do presencial. Quem estuda pela manhã, precisa acordar cedo e ir para frente do computador/celular e acompanhar as aulas. É a mesma rotina levando em conta o período que você estuda e isso é muito importante”, disse Evani Zarth, coordenadora de formação do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Dois Vizinhos.

Atualmente, são atendidos 8,8 mil alunos em escolas dos sete municípios abrangidos pelo NRE de Dois Vizinhos. “Desse total, temos cerca de 70% estudando pelas meets que são essas aulas síncronas, feitas pelos professores, com interação entre alunos e professores. É diferente da Aula Paraná, que os alunos assistiam e não havia interação. Agora, o professor resgata o seu protagonismo e aqui eu reitero que eles estão dando um show. Aí temos cerca de 20% que são atendidos pelo ‘classroom’, que são aulas disponibilizadas pela TV ou Youtube e cerca de 10% que ainda não tem acesso a tecnologia e fazem as atividades manuais. Semanalmente, eles vão até a escola e é feito o acompanhamento”, explica Nilson Silvestro, chefe do NRE de Dois Vizinhos.

Todos recebem os mesmos conteúdos. “Existem as trilhas de aprendizagem, um trabalho todo organizado dentro do processo de planejamento Secretaria de Estado e Educação (Seed). Nele, o mesmo conteúdo é ministrado em todos os sistemas. Chegamos perto do 100% de atendimento, ainda temos dificuldades de alunos e seguimos atuando, sempre muito ligados as redes de proteção, com Conselho Tutelar e escolas, para resgatar alunos, como também acontecia no processo presencial. Nosso objetivo é não deixar nenhum aluno para trás”, completa.

NRE destaque

Nilson Silvestro celebrou os bons resultados que o órgão vem obtendo nos últimos anos. “Em 2019, fomos o primeiro lugar em índices de evasão e abandono da escola, chegando a apenas 3,02%. Em 2020, a percepção era que aumentaria, mas diminuiu, ficando em 2,7%, o melhor do Paraná. Em outros projetos, como o Presente na Escola, desde que foi implantado, aparecemos no topo. Nele temos um sistema que produz tabelas diárias com resultados das escolas e alunos. Seja o presente na escola, índice de vazão ou abandono ou os meets, que são feitos diariamente, conseguimos alcançar o primeiro lugar. Também temos os educadores num patamar muito satisfatório de atendimento aos alunos”, comemora.

Os professores e pedagogos também estão com o melhor índice no que diz respeito à formação. “O projeto de Professor Formador teve que se reinventar, com tudo acontecendo on-line e o nosso NRE é destaque no número de inscrições e participação de professores. Isso é graças aos professores fantásticos e as escolas que entenderam esse momento. Temos dificuldades? Temos. Temos reclamações? Temos, mas esses números expressam a nossa realidade, despontando no Paraná como destaque”, completa Nilson.

Outro projeto enfatizado é a distribuição de kits de alimentos mensalmente para as famílias cadastradas no CAD único e no Bolsa Família. “Os alimentos estavam licitados, precisavam ser comprados e nada mais justo que atender as famílias que mais precisam. Isso também é importante para a agricultura familiar que comercializa sua produção para a merenda”, conclui.

Fonte: Portal Educadora