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DO PAGO AO SERTÃO

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JULIO VENDRAMINI

No Sudoeste, perdas no feijão chegam a 40%; no milho, 30%

Dados do Deral/Seab apontam, também, quebra de 15% na produção de leite.

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  • 03 de Maio de 2021
  • Foto: Jornal de Beltrão

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O chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) em Dois Vizinhos, Alexandre Bianchini, diz que a estiagem também está provocando prejuízos ao setor agropecuário dos sete municípios que compõem a área de abrangência do Núcleo. Já se fala em queda de 15% na produção de leite, 40% no feijão e 30% no milho, para grão. “A situação nossa é semelhante às regionais de Francisco Beltrão e Pato Branco. Nós tivemos um regime de chuvas bem abaixo da média do normal. O normal é de 150 a 200 mm. Nos municípios da área do Núcleo, em fevereiro, as médias foram de 15 a 30 milímetros de chuva variando entre os municípios, março de 90 a 110 mm, e até agora no mês abril de 2 a 25 mm. As chuvas estão abaixo da média e comprometendo toda a cadeia produtiva do agronegócio”, informa.

Na região de Dois Vizinhos foram plantados cerca de 12 mil hectares do feijão da segunda safra – safrinha –, dos quais cinco mil hectares em Dois Vizinhos. Conforme Alexandre, as plantas estão com desenvolvimento abaixo do esperado, menor número de vagens e baixa estatura. Estima-se uma redução de 40% na produção. “Mas temos que aguardar o início da colheita pra se confirmar estes dados, são apenas estimativas levantadas pelos técnicos do Deral”, ressalta Alexandre.

 

Milho – safrinha
No milho da safrinha foram plantados 21.500 hectares, só no município de Dois Vizinhos em torno de quatro mil hectares para grão e 3.500 hectares de silagem. Houve atraso no plantio da cultura devido ao atraso na colheita da soja da safra normal, que já tinha sido plantada com atraso no segundo semestre de 2020. O plantio do milho da safrinha se concentrou entre fevereiro e início de março, quando começou novamente a estiagem.

Alguns produtores plantaram até fora da zoneamento agrícola, que é um balizamento para que o produtor tenha garantia do seguro rural, Proagro, em tempos anormais ou que a lavoura sofra com intempéries.

Porém, com a necessidade do plantio, alguns produtores fizeram o plantio fora do período recomendado pelo zoneamento agrícola, ficando até descobertos por estes benefícios. Mas como os agricultores tinham a necessidade de plantar a safrinha, já estavam com as sementes compradas, fizeram o plantio. Nas lavouras plantadas mais tarde houve problema de germinação, crescimento desuniforme, atraso no florescimento e tem lavouras que nem foi possível fazer a adubação nitrogenada. “Então, o milho tem um desenvolvimento bem abaixo da produção esperada. Com os dias mais curtos, o milho alonga o ciclo deles e aumenta as chances de perdas por geada. Estima-se perda de 30% para grãos. “Mas tem que esperar, a gente não sabe se essa estiagem vai se prolongar por mais tempo ou não.”

 

15% menos leite 
No segmento do leite, nos sete municípios, o rebanho leiteiro é estimado em 60 mil animais e a produção anual situa-se na faixa de 230 milhões de litros. Em muitas propriedades a bovinocultura leiteira é a principal atividade em termos de renda.

Alexandre diz que a pecuária leiteira “também foi muito afetada pela estiagem devido às pastagens perenes e redução na produção de silagem”. O Deral/Seab estima que devido à falta de chuvas houve uma queda de 15% na produção. “A produção leiteira está bastante comprometida com esta estiagem que está assolando o nosso Sudoeste”, enfatiza.

Fonte: Jornal de Beltrão