Ele chegou ao Sudoeste em 1957.
Foto: Assessoria
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Faleceu neste sábado, 8, em Dois Vizinhos, o Cabo Veloso, 86 anos. O 21° Batalhão da Polícia Militar expediu nota à imprensa para comunicar a morte do policial e lhe prestar uma homenagem. Cabo Raul de França Veloso era natural de Pitanga (PR), veio para o Sudoeste ainda jovem, na década de 1950, quando aconteceram problemas fundiários entre posseiros e as companhias de terra que resultaram na Revolta dos Posseiros. Depois da revolta, o cabo acabou se estabelecendo em definitivo na região e trabalhou na PM até 1984, quando entrou para a reserva remunerada. Ele deixa a esposa Hilda, sete filhos, oito netas e dois bisnetos.
Histórico
Em 2016, o policial militar aposentado concedeu uma entrevista para o Jornal de Beltrão. Ele lembrou que chegou ao Sudoeste em 1957 sem saber o que ia encontrar. Solteiro, recém-formado na academia de polícia, ele topou o desafio de vir para a região sabendo apenas que, por aqui, havia estourado uma "revolução". "Eu nem sei como é que eu vim parar aqui em Dois Vizinhos. Eu estava em Curitiba e nós saímos de serviço do Palácio do Governo numa tropa. Nós estávamos no pátio, formados para entregar o armamento e o capitão falou: 'tem um problema no Sudoeste'. Eu nem sabia onde ficava. Ele continuou: 'Precisamos de voluntários'. Aí eu era solteiro, não devia nada pro diabo, como diz o outro, peguei e ergui o dedão. Ele mandou dar três passos para frente, eu me apresentei com mais uns dois ou três que se habilitaram. Eu sabia que eles pegavam na marra, geralmente o que era solteiro, então resolvi me oferecer. Aí até alguns me falaram que eu era louco de me fincar nesses 'cafundós' aqui, que estavam matando gente. Eu não tinha nada a perder e resolvi arriscar", lembra o aposentado que está com 82 anos.
Antes de ser policial, Veloso foi mecânico de elevador e também pedreiro. "Eu trabalhei na construção do Palácio do Governo, em Curitiba, de 1952 a 1955. O Bento Munhoz da Rocha Neto, o famoso Bentinho, foi meu chefe. Eu fiz de tudo um pouco, só não roubei e matei. Eu saí de Pitanga para ser mecânico de elevador em Curitiba quando eu tinha 16, 17 anos, em 1950. Depois eu fui carpinteiro e pedreiro, até entrar na Polícia. Eu trabalhei na construção do palácio e depois tive a honra de tirar a guarda no mesmo palácio, quando entrei para a polícia, em 1956", orgulha-se.
Fonte: Portal Educadora com Jornal de Beltrão.