Na noite de quinta-feira (17) a Associação Empresarial de Dois Vizinhos (ACEDV/CDL) inaugurou um estúdio para lives e gravação de vídeos que recebeu o nome do empresário Valdir Luiz Pagnoncelli. A sala será disponibilizada para os associados já na próxima semana através de reservas e também será utilizada pela própria entidade para divulgação de suas ações.

O evento iniciou com uma pequena solenidade no auditório com bênçãos de representantes religiosos e depois a apresentação da placa que será fixada no estúdio com o nome de Valdir Pagnoncelli. Por fim, Valdir inaugurou o estúdio concedendo a primeira entrevista. “Uma noite que vai ficar marcada na história. Uma homenagem merecida para o Valdir por tudo o que ele fez pelo associativismo. Será também uma ferramenta a mais que vamos disponibilizar para o associado para interagir de uma forma mais dinâmica em tudo o que precisar da parte digital, como gravações ou lives, com qualidade”, disse o presidente da ACEDV/CDL Rogério Sidral.

O objetivo é tornar a comunicação mais dinâmica e interativa, além de oferecer aos associados um novo serviço que tem ajudado as empresas nas vendas. “Já temos o regulamento. Pedimos que o associado entre em contato com a secretária executiva da ACEDV/CDL para fazer o agendamento. Temos várias empresas que já pediram o agendamento a partir de segunda-feira (21). Terá um tempo estimado para poder usar. Se tiver muita demanda a gente vai organizar em horários mais espaçados, mas o agendamento já está aberto para quem quiser usar. Temos os núcleos que poderão fazer uso dessa ferramenta para estar interagindo em suas ações e se comunicar com o nosso associado, como a ACEDV/CDL tem feito”, explicou Rogério.

HOMENAGEM AO VALDIR

O estúdio recebeu o nome do comunicador Valdir Luiz Pagnoncelli. “Temos que homenagear as pessoas em vida para elas saberem que estão sendo homenageadas. É uma forma de gratidão pelo que o Valdir tem feito pela associação empresarial”, destacou o presidente.

Proprietário das rádios Educadora e Vizi FM, associadas da entidade, ele presidiu a ACEDV/CDL por sete anos, sendo o segundo presidente, o primeiro foi o Ildo Nicaretta (1976/1979) que foi homenageado com seu nome no auditório, o segundo foi Valdir (1979/1981), depois veio Avelino Andreatta Santolin (1981/1982) e Valdir retornou para uma segunda gestão (1982/1985).

Valdir, que vive um processo de tratamento do Câncer, se emocionou com a homenagem. “Me emocionei porque estou em um processo de recuperação de saúde e daí o emocional fala mais alto que o racional. Estou até com a voz prejudicada em função de todas as quimioterapias e tratamentos que estou vivendo. Então para mim é muito gratificante e eu fico feliz porque a associação desde sua criação, nesses 45 anos, só viveu um ‘crescendum’ (crescer, em latim)”, disse o homenageado.

RECORDAÇÕES E LUTAS

O radialista destacou que quando foi presidente os tempos eram outros, assim como as bandeiras pelas quais a entidade lutava. “Todos os presidentes tiveram ações difíceis, por exemplo, implantar o sábado inglês (comercio não atender no sábado à tarde) em Dois Vizinhos. Imagine umas lojas que atendiam até no domingo, que não tinha repouso, foi uma dificuldade muito grande. Fazer com que a entidade tivesse uma representatividade a nível estadual e até federal, não tinha como se trabalhar isoladamente e nós em Dois Vizinhos estávamos isolados".

Outra lembrança das antigas lutas da associação foi a 'pauta dos suínos'. “O Governador Jaime Canet Júnior (1975/1979) impunha na Agência de Renda uma ‘pauta dos suínos’. Lá no Palácio Iguaçu, na Secretaria da Fazenda, estabeleciam o preço do suíno e era muito oscilante. Os produtores e comerciantes de suínos aqui em Dois Vizinhos, que eram muitos, tinham que se submeter a isso. Nós, através da associação e da federação, conseguimos derrubar. Hoje se falar em ‘pauta de suínos’ ninguém sabe mais o que é, mas há 45 anos eram as angustias que a comunidade vivia”.

O homenageado lembrou também da pouca estrutura da Associação Empresarial em sua época de presidente. “Não tinha estrutura nenhuma. Nós fazíamos tudo na Rádio Educadora. A rádio pagava aluguel num anexo do correio. A associação era ao lado do correio, zelado pela Maria Lucia Abati Megiolaro. A prefeitura pagava o aluguel do correio. No tempo em que a Rua Rio Grande do Sul era lama, não tinha nem calçamento” disse.

OS TEMPOS SÃO OUTROS

Os tempos passaram e a entidade foi melhorando, em sua estrutura física e em seu organograma. “Hoje a comunidade com a associação comercial vive o momento presente. Criou núcleos. Olha quanta coisa se criou nesse período de acordo com as demandas e o Governo é cego, surdo e mudo em muitas coisas, só o clamor organizado do povo é que muda as coisas”, destacou Valdir.

Para o radialista a força da Associação Empresarial é de muita importância para fomentar o empreendedorismo. “A associação hoje faz o papel de ação empresarial. Uma vez muita gente esperava isso da Câmara de Vereadores, mas a Câmara é uma entidade representativa de ressonância politica e a entidade tem uma conotação acima da politica, ela é paraestatal à politica. O ‘status quo’ (o estado atual das coisas, na tradução do latim) é outro. Então ela deve navegar/oscilar entre todas as correntes politicas e não esquecer o seu objetivo que é evangélico, social, sacerdotal: a geração de emprego, renda, impostos, que é o capital, tão desprezado muitas vezes, que banca o social. Então o papel da associação foi muitas vezes deturpado/conturbado de sentidos pejorativos com finalidade eleitoral ou eleitoreira para falar mal do rico, falar mal do empregador. Então, nesses 45 anos a gente conseguiu desmistificar esse conceito ou preconceito errôneo que sempre se tratou em Dois Vizinhos”, finalizou.

Fonte: Portal Educadora