Nenhum paciente atendido no local foi intubado ou transferido para a UTI.
Foto: Assessoria
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Em duas semanas de atendimento, o Hospital de Campanha instalado no Centro Integrado de Especialidades Microrregional (Ciem), em Dois Vizinhos, já recebeu 42 pacientes. Desse total, 38 receberam alta. “Nenhum paciente precisou ir para o tubo ou foi transferido para UTI. O tratamento está sendo realizado com muito cuidado, muito zelo, o pessoal está adorando o atendimento, a equipe está sincronizada. Nenhum paciente veio a óbito no Ciem”, disse a secretária de saúde Claudete Meurer.
“Ninguém foi transferido para UTI, ninguém foi intubado, ninguém morreu. Essa foi uma promessa que eu fiz. Nossa média de internação é de três dias, nós temos pacientes aqui de 20% até 90% do pulmão comprometido pela Covid-19, todos eles têm duas tomografias, de entrada e de saída, gasometria, exames e tratamento adequado que é o tripé do tratamento do Covid, além de ser muito humanizado. A faixa etária vai de 20 até 84 anos dos internados, sendo que 50, 51 anos é o maior número de pacientes. São homens e mulheres que estão sendo tratados aqui”, explicou o Dr. Júlio Dias, responsável pelo Hospital de Campanha.
DIFERENCIAIS
O médico tem implantado um tratamento diferenciado, dando ênfase a pacientes entre o 7º e o 10º dia de sintomas de coronavírus. “Levamos em conta o primeiro dia do sintoma, não do exame. A gente chama o primeiro dia de sintoma de D1 e todos que estão entre o D7 e D10 são monitorados. Eu faço a teleconsulta com todos e a gente faz a triagem de quem precisa voltar para cá”, explicou. O médico ressaltou que, sem esse atendimento, o paciente que era diagnosticado ia para casa e voltava apenas próximo ao 12º dia com sintomas agravados e a necessidade de intubação. “Existe uma distância grande entre o diagnóstico e o tratamento e, em alguns casos, acabava perdendo o contato com o paciente e quando ele voltava, já estava com 80% do pulmão envolvido”, disse.
EQUIPAMENTOS
Além do protocolo padrão de atendimento, o Hospital de Campanha disponibiliza diversas ferramentas para evitar que a doença se agrave. “A gente precisa fazer a ventilação não invasiva. A invasiva é o tubo e o respirador que é a última alternativa, e aí todo mundo sabe que a mortalidade é alta. Temos seis aparelhos de CPAP que é um aparelho que faz pressão positiva e é usando em quem tem apneia do sono, que vai na tomada, não vai oxigênio, mas a gente faz a expansão pulmonar, ele fica deitado e a medicação na veia para desacelerar o processo inflamatório. Além disso, nós temos dois BiPAPs um pouco mais modernos com cateter de alto fluxo que é a grande arma que temos, evitando a intubação em 97% dos casos e temos condições de atender três pacientes, caso eles passem por todas as fases anteriores e não melhorar. Utilizamos também muito a fisioterapia para auxiliar nossos pacientes”, acrescenta o Dr. Júlio.
CHAMANDO ATENÇÃO
Na última quinta-feira, 17, uma comitiva com o prefeito Robson Cantu (PSD) e vereadores de Pato Branco visitou o Hospital de Campanha para conhecer o trabalho realizado no local para possível implantação na cidade vizinha.
Fonte: Portal Educadora