Pela primeira vez desde que foi criada, em 1988, a Estrada de Ferro Paraná Oeste, a Ferroeste, vai investir na compra de locomotivas próprias
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Pela primeira vez desde que foi criada, em 1988, a Estrada de Ferro Paraná Oeste, a Ferroeste, vai investir na compra de locomotivas próprias. A aquisição de cinco novas máquinas, que acaba de ser autorizada pelo governador Beto Richa, dobrará a capacidade de tração da empresa e é mais um passo no processo de recuperação da Ferroeste iniciado este ano. Serão investidos 8 milhões de reais, com recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado. Ao anunciar a medida, o governador Beto Richa disse que investimentos estão sendo feitos para que a Ferroeste volte a ser referência.
Beto ainda lembrou que a licitação anterior foi suspensa em razão do elevado custo financeiro, já que sete locomotivas do mesmo modelo iriam custar 25 milhões de reais. A Ferroeste conta hoje com dez locomotivas, todas alugadas, das quais seis operantes e uma em recuperação. De acordo com o diretor presidente da Ferroeste, Maurício Querino Theodoro, a empresa atende hoje apenas 5% da demanda por transporte ferroviário de produtos do Oeste do Paraná, Sul do Mato Grosso e Paraguai.
Com as novas locomotivas, poderá atender cerca de 10%. O presidente da empresa ainda disse que um dos primeiros desafios da gestão foi reduzir o tempo de viagem dos trens, que levavam até 12 horas para fazer o percurso entre Cascavel e Guarapuava. Em parceria com o Departamento de Estradas de Rodagem, a Ferroeste iniciou uma operação de manutenção preventiva na via permanente. Com isso, o tempo de viagem foi reduzido para oito horas. Segundo Maurício Querino, técnicos da estrada de ferro iniciaram a recuperação de locomotivas inservíveis que estavam paradas nos pátios da empresa.
A estrutura da Ferroeste também está sendo reforçada graças a um acordo pelo qual o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, o DNIT, cedeu à empresa 150 toneladas de material ferroviário, incluindo cerca de 140 mil peças, quatro locomotivas, motores usados, empilhadeiras e outros equipamentos. O material pertenceu à antiga Rede Ferroviária Federal. De acordo com Maurício, a forma como o Paraná conduziu a transferência de material foi vista com bons olhos pelo governo federal.
A Ferroeste já recebeu duas carretas com materiais e até metade do mês que vem vão chegar mais sete. As locomotivas deverão ser entregues até fevereiro. Depois de recuperadas, elas serão colocadas em operação. Com isso deve haver um aumento de 60% a capacidade de tração atual. As peças cedidas pelo DNIT formarão um estoque suficiente para os próximos 10 anos, garantindo economia à ferrovia paranaense. O gasto da Ferroeste com peças este ano foi de dois milhões e 700 mil reais.