Trabalhadores são contrários a instalação de câmeras nas cabines dos caminhões.
Foto: Assessoria
2027
O Sintrodov realizou na segunda e terça-feira, 20, Assembleia Geral Extraordinária com os motoristas vinculados as transportadoras terceirizadas pela BRF. Na ocasião, foi informado o resultado da negociação com as empresas, principalmente, no que diz respeito à instalação dos sensores de fadiga, câmeras de monitoramento internas na cabine dos caminhões, as punições que estão sendo impostas, além de deliberar pelo encerramento das negociações e indicativo de greve (para transporte de rações, transporte de aves vivas em geral, transporte de produtos acabados e outros ligados a BRF S/A).
Na ocasião, 99% dos motoristas se manifestaram contrários aos equipamentos eletrônicos e favoráveis a paralisação. “A deliberação foi para ver se o pessoal aceitava ou não a propostas das empresas em relação à reunião realizada no dia 9 de julho e em virtude do abaixo assinado na questão das câmeras e, no voto secreto, a assembleia definiu 99% favorável à paralisação, não concordando com as explicações que as empresas deram nem com a continuidade das instalações de câmeras de monitoramento nas cabines dos caminhões. O pessoal não aceita, não concorda, não acredita que a câmera não monitora 24 horas. A gente acredita que ela monitora sim. Os trabalhadores estão sendo punidos, suspendendo trabalhadores da atividade na empresa em virtude das câmeras de monitoramento que nada tem a ver com a profissão”, explicou Alcir Ganassini, presidente do Sintrodov.
Ele falou que o objetivo não é fazer greve, mas a situação está insustentável. “Nossa intenção nunca é fazer greve, mas as negociações estão se arrastando há muito tempo e estamos tentando, de forma amigável, resolver. A BRF e as transportadoras estão enchendo as cabines dos caminhões de câmeras e a alegação é que são para a segurança do motorista. Na nossa visão, essas câmeras não trazem segurança da forma que estão sendo colocadas, sendo o único objetivo monitorar o trabalhador. Se a alegação é para segurança, por que não instala fora da cabine do caminhão? Fora, na parte externa, a empresa tem nosso apoio, inclusive, incentivamos. Caso ocorra acidente ou tenha roubo, as imagens servirão para provar que o motorista não foi responsável pelo ocorrido”, completou.
Próximos passos
As empresas serão comunicadas e, no prazo de 72h, se a negociação não mudar, poderá ter greve. “Vamos notificar as empresas do resultado da assembleia, dando um prazo de 72 horas. Como não é serviço essencial, seria 48h, mas vamos considerar as 72h porque temos audiência, no Tribunal do Trabalho, com uma empresa dentro desse assunto, então, temos essa discussão salarial e também com relação as câmeras e, talvez, hoje, no tribunal, possamos resolver. Resolvendo lá, mata toda a situação que tem. Não resolvendo, definimos a paralisação sobre essas reivindicações. Dentro desse prazo, havendo um acordo, a gente pode suspender a greve. Se não, após 72h da notificação que será feita amanhã (hoje será elaborada a documentação) a qualquer momento as atividade serão paralisadas”, conclui.
Salário
O reajuste salarial já foi definido com o SindiVale (que é o sindicato patronal) e está aprovado pelos motoristas. “Na segunda-feira, 19, ficou tudo certo e já está pronto o documento para assinar. Foi feito o acordo, está tudo ok, com reajuste de 9,22%. Está tudo resolvido, tudo dentro da legalidade”, conclui Alcir.
Fonte: Portal Educadora