Em evento no gabinete, prefeito recebeu o documento.
Foto: Alexandre Baggio/ Jornal de Beltrão
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No início da tarde de quarta-feira, 21, o presidente do Conselho Comunitário de Segurança, William Benini, entregou para o prefeito Carlinhos Turatto (PP) o Plano de Segurança Escolar. O documento foi elaborado em parceria com o Núcleo Regional de Educação (NRE), Secretaria Municipal de Educação, Polícia Militar, Conselho Tutelar e Corpo de Bombeiros. A demanda foi repassada pela Coordenação Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança (Ceconseg), depois do ataque de um adolescente a uma escola em Santa Catarina. “Dentro desse documento, buscamos compilar as possíveis violências e como prevenir ou contê-las. O plano é de trabalho, nos dá boas práticas de conduta e contamos com o apoio da população para colaborar que vai melhorar a segurança para todos”, disse William Benini, presidente do Conseg.
Como o documento já foi repassado para as escolas municipais, estaduais e particulares, ele destacou que, neste retorno as aulas, já percebeu algumas mudanças. “Claro que temos situações que a pandemia gerou mudanças, principalmente, no acesso dos pais as escolas, mas o plano aponta isso e já percebemos essa diferença. Os pais precisam entender que essa é uma mudança que veio para ficar e saibam como vai funcionar a partir de hoje. Isso vai ajudar a segurança escolar. Se esse plano salvar uma vida, já valeu a pena”, completou.
PRONUNCIAMENTOS
Márcia Balotin, técnica do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Dois Vizinhos, participou da elaboração do plano e explicou algumas situações sugeridas por ele. “Precisamos manter os portões fechados, ter listas de quem busca o estudante e os pais que entram na escola sempre precisam ter alguém atendendo, sem livre acesso. Elaborando o plano, percebemos que as escolas têm várias demandas”, disse Márcia. Ela destacou que o objetivo, no futuro, é buscar treinamento para as pessoas em caso de catástrofes acontecerem. “Abordamos situações práticas e específicas e queremos que os funcionários saibam como proceder em certas situações de possíveis ataques, por exemplo, ou outras situações como bullying. Como órgão gestor, nosso papel é orientar e depois fiscalizar”, completa.
Leda Maria Ferrari, responsável pelo departamento de ensino da secretaria municipal de educação, ressaltou que o município já teve casos de invasão em escolas há alguns anos. “Muitas vezes contamos com a sorte. A pandemia tem ajudado com a segurança, no controle dos portões, mas enfrentamos dificuldades, principalmente, nas escolas que tem dualidade. Nosso bem maior são as crianças e precisamos nos preocupar”, avaliou.
O chefe do NRE de Dois Vizinhos, Dírsio Ferreira da Silva, disse que a elaboração do plano já gerou resultados práticos. “Queremos segurança para as nossas escolas e, com certeza, o plano vai ajudar muito. Ter portão eletrônico e câmeras de segurança é algo que vejo como de suma importância. Visitamos presidente da Fundepar, juntamente com o deputado Paulo Litro (PSDB) e já foi sinalizado uma cota extra para investimentos nesse sentido, começando pelo colégio Paulo Freire. Queremos estreitar ainda mais os laços com a Polícia Militar porque tenho ideias para aumentar segurança nas escolas estaduais e municipais. Sempre buscando o melhor.”
O prefeito Carlinhos Turatto disse que, além do plano, é necessário agir. “Eu preciso de ações concretas e tudo começa assim. Vamos observar nossas crianças, entender os alunos para garantir a segurança. Não é enchendo de arame que vai ficar mais seguro. Um levantamento criterioso com a direção e coordenadores das escolas já nos ajuda entender os sinais e a gente pode antecipar problemas. Temos que abrir um grande debate, sem medo. O que precisa ser feito. Se precisar investir, vamos investir. Investindo na prevenção, gasta menos pra curar”, destacou.
O tenente Paggi, da Polícia Militar, se colocou à disposição para auxiliar. “Li o plano e achei bem bacana. Parabéns pela criação. Uma das coisas que percebi é que ele deixa bem aberto, exposto de forma genérica. Não engessa. Deixa a critério de cada casa de ensino materializar e operacionalizar. Criando, o plano, ele vai balizar as ações. Agora, precisamos cobrar as atitudes e práticas relacionadas a esse plano. Cada uma operacionalize da sua forma. Nós, como Polícia Militar, podemos auxiliar em treinamentos e processos.”
O tenente Tavares, do Corpo de Bombeiros, destacou práticas como a da Brigada Escolar, já em ação nas escolas estaduais. “Pensamos nisso como resposta a desastres e a defesa civil, uma atividade de bombeiros, sempre pensa em quatro ações: prevenção, preparação, resposta e reconstrução. Esse documento auxilia nesse sentido. Pessoas precisam estar treinadas para agir em eventos danosos. Estamos sempre de portas abertas para ajudar”, conclui.
Fonte: Jornal de Beltrão