Final de semana foi de práticas do Izando.
Foto: Assessoria
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Imagine voltar no tempo do Japão feudal e poder sentir a emoção de portar arco e flecha estando em um campo de batalha como um guerreiro. Foi essa sensação que os praticantes da arte marcial Inzando puderam sentir no final de semana em Dois Vizinhos. Durante os dias 24 e 25, aconteceu o treinamento de iniciação ao Kyudo e Kyujutsu (arqueria japonesa) ministrado pelo mestre Federico Dinatale, diretor da Inzando Heihô Ryu Ha (de Buenos Aires - Argentina). O seminário teve início no sábado nas dependências do Dojô (local de treinamento), com abordagem teórico conceitual e breve histórico da importância do arco com a cultura samurai, que eram guerreiros militares no Japão feudal. Mesmo sendo associado à espada Katana, hoje uma das espadas mais famosas e conhecidas no mundo, o arco cumpre uma função principal na história desses guerreiros. Para o mestre Kyôshi Dinatale, o treinamento ministrado no final de semana sobre Kyudo, “tem diferentes vertentes com o caminho do arco japonês, como arqueria meditativa, federativa, militar e arqueria universitária. Esse caminho da arte japonesa tem algo muito ligado à auto realização através do processo do ritual do arremesso da flecha, onde atingir o alvo não é o mais importante, mas sim o autoconhecimento e meditação do arqueiro”. O Kyudo traz uma consciência corporal e concentração para que o praticante esteja aqui e agora, apreciando o momento que está vivendo. Todo o ritual é importante para que arqueiro, arco, flecha e o alvo sejam um único elemento e que nada abale sua concentração. A arte marcial eleva a introspecção filosófica, meditativa e exige que o praticante esteja conectado com a energia local e do ambiente buscando o autocontrole. O momento deve ser muito silencioso e de concentração do arqueiro para, justamente, poder trabalhar em toda etapa do ritual do arremesso. Para Izael Leonardo Tissiani, praticante da arte Inzando, “Kyudo é meditação, postura, harmonia, sintonia, onde o corpo, mente e espírito se unificam. Aqui abrimos o coração e liberamos os sentimentos. E nesse último, o sentimento é o que move o bom ser humano.”
Estratégia militar de combate
No domingo, 25, os praticantes tiveram contato, além do Kyudo, com a arte Kyujutsu que tem um conceito militar de estratégia em combate. A finalidade, nesse caso, diferente do ritual do Kyudo, é atingir o alvo, independente da situação. O treinamento teve participação de mais de 15 pessoas que tiveram a oportunidade de ter o contato com a arqueria japonesa que envolve toda questão filosófica. Para Dinatale, “a prática e a repetição são extremamente fundamentais. Cada pequeno detalhe é percebido pelo arqueiro”. Raquiel dos Santos, que teve seu primeiro contato com a arte marcial Inzando em uma apresentação da escola na praça da cidade, elogiou os treinamentos. “Fica difícil de expressar em palavras. Somente quem teve a oportunidade de participar conseguirá entender esse sentimento. Sinto-me honrada pela oportunidade de estar presente em um curso tão importante e valoroso” comenta. Gustavo Peloi, Renshi (professor) da arte marcial Inzando em Dois Vizinhos, comenta que “o final de semana foi de muito conhecimento”. Ele destacou a oportunidade do município receber o maior nome dentro da arte em nível mundial. Com mais de 18 anos de prática da arte Inzando, Peloi observa que a cada dia aprende muito com a arte e esse aprendizado é difundido entre seus alunos.
Inzando Heihô Ryu Ha
É uma escola de estudos de artes marciais tradicionais e culturais Japonesas. Arte marcial que busca resgatar as antigas formas de treinamento dos guerreiros japoneses, utilizando-se deste conhecimento para promover a formação de um artista marcial completo, corajoso e que tenha interiorizado valores morais como respeito, lealdade, justiça, benevolência, sinceridade, cortesia e honra.
Quem é Federico Dinatale
O mestre Dinatale estudou e graduou-se em diversas artes marciais. Ele é diretor da Inzando Heihô Ryu Há e sua busca sempre foi direcionada para o além de apenas praticar um esporte marcial de combate, por isso, começou a dar forma a um estilo marcial organizado didaticamente para abarcar a maior diversidade possível de aspectos da tão sonhada Formação Integral do Guerreiro, oportunizando a seus praticantes o aprendizado de Proteção Pessoal, Cultura Japonesa, Integração com a Natureza, Desenvolvimento Mental. Possui 40 anos dedicados ao estudo e prática das artes marciais tradicionais Japonesas. É também terapeuta e acupunturista.
Fonte: Assessoria