CGH Nogueira deve começar a gerar energia elétrica dentro de dois meses

CGH fica localizada em São Jorge D’Oeste.

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  • 23 de Agosto de 2021
  • Foto: Assessoria

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A Central Geradora Hidrelétrica (CGH) Nogueira, localizada no Rio Chopim, município de São Jorge D’Oeste, deve entrar em operação em, no máximo, dois meses. A revelação foi feita ao Jornal de Beltrão por Marcos Della Justina, engenheiro civil da empresa Rio Chopim Energia, responsável pela usina. Na CGH Nogueira são sete turbinas, que estão totalmente submersas, assim como o gerador, com capacidade instalada de cinco megawatts (cinco MW), ou, cinco mil kilowatts.

Na região, existem mais algumas geradoras de energia que estão em fase de construção.“São turbinas do tipo SteamDiver, importadas da Áustria e que estão encapsuladas, submersas. Agora estamos na fase de ajustes e acredito que dentro de dois meses a central passe a funcionar de forma efetiva.” A energia gerada na CGH Nogueira será destinada para o mercado livre e, conforme diz, poderá ser distribuída para qualquer lugar do País. A capacidade da usina será suficiente para abastecer aproximadamente 12.500 residências. A obra na CGH Nogueira teve início no ano de 2019, com cerca de 60 funcionários, e os investimentos foram na ordem de R$ 30 milhões, com recursos de um banco francês, via Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Preservação ambiental

Para a construção de toda central de geração de energia elétrica, é necessária a liberação por parte dos órgãos ambientais, justamente por que esse tipo de obra promove impactos ao meio ambiente. Porém, de acordo com o engenheiro, para a CGH Nogueira a liberação aconteceu de forma mais ágil, justamente pelo baixo impacto ambiental que vai proporcionar. “Temos nesse local aproximadamente 400 hectares de mata atlântica nativa, mas houve a supressão de menos de um hectare, que será reposto, obviamente. Tivemos todo acompanhamento de biólogos para que esse processo se tornasse viável e fosse possível.”Marcos revela ainda que foi possível observar um casal de onça parda naquele local durante as obras da CGH. “Havia também um filhote desse casal, que estava na barranca do rio. Conseguimos resgatá-lo e demos a ele o destino correto, o zoológico do município de Cascavel.” Ele informa ainda que o município de São Jorge D’Oeste tem projetos para transformar aquela área em um parque de preservação para visitas e estudos.

Operação remota

Como acontece em todas as centrais geradoras de energia construídas pela Rio Chopim Energia, a CGH Nogueira também será operada de forma remota. Na usina, em São Jorge D’Oeste, deve permanecer apenas um funcionário todos os dias, como mantenedor para limpeza e assistência rápida. “De forma adicional, contratamos uma empresa de Francisco Beltrão, que faz o monitoramento remoto de várias usinas. Essa empresa conta com um funcionário em tempo integral, 24 horas por dia, sete dias por semana e ele faz também o monitoramento de outras usinas espalhadas pelo Brasil.”

Viganó e Paranhos

A empresa Rio Chopim Energia também é responsável pela construção de outras centrais geradoras de energia elétrica, como é o caso da CGH Viganó, que deve ter capacidade instalada de cinco megawatts (cinco MW) e que compreende o município de Cruzeiro do Iguaçu, também no Rio Chopim. Essa, segundo Marcos, ainda está em fase de construção e pelo cronograma, as obras devem seguir até o fim do ano. “Nossa previsão é que o início da operação na Viganó ocorra até dezembro, no máximo em janeiro. Hoje estamos com em torno de 60 funcionários no local, bem focados na construção civil e na montagem das máquinas. Serão duas turbinas geradoras.” O investimento na CGH Viganó deve ser de R$ 45 milhões, também com recursos do mesmo banco francês, via BRDE. 

Inicialmente era UHE

Com relação à Pequena Central Hidrelétrica Paranhos Montante (PCH Paranhos Montante), que também fica no Rio Chopim em São Jorge D’Oeste e Dois Vizinhos, o engenheiro afirma que o projeto inicial era para a construção de uma Usina Hidrelétrica (UHE), porém isso não foi possível naquele local, já que haveria muito impacto ambiental. “Impactaria inclusive naquela área de 400 hectares, onde implantamos a CGH Nogueira. A partir disso, fiz um estudo para modificar o eixo dessa UHE e recuamos a montante [próximo à nascente do rio], de cinco a sete quilômetros e a tornamos uma central ‘pé de barragem’, ou seja, sem desviar a água do rio do seu curso normal.” 

Redução na capacidade

Com isso, houve uma redução na projeção da capacidade inicial da UHE que era de 38 megawatts (38 MW), para a PCH, com no máximo 21 megawatts (21 MW). “Essa PCH ainda está em fase de projeto e, assim que a Agência Nacional de Energia Elétrica [Aneel] aprovar, vamos para as questões junto ao órgão ambiental. Mas, quanto a isso, nós já estamos bem adiantados.” O orçamento previsto para a PCH Paranhos é de R$ 135 milhões e Marcos Della Justina diz que ainda não há informações sobre de onde devem ser captados esses recursos. Segundo ele, a PCH Paranhos Montante deverá ser instalada com um número de quatro ou cinco turbinas. 

Fonte: Jornal de Beltrão (Rodrigo Accorsi com colaboração de Flávio Pedron)