Hospital de Verê é reinaugurado e recebe o nome do dr. João Francisco Cioccari

Médico marcou os quase 50 anos do Hospital dos Trabalhadores Rurais de Verê.

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  • 31 de Agosto de 2021
  • Foto: Jornal de Beltrão

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Uma solenidade bem prestigiada pela comunidade vereense marcou a bonita homenagem que Verê fez ao médico João Francisco Cioccari, o dr. Chico, sábado 28 de agosto. Entre as dezenas de pessoas presentes, notava-se a alegria de poder se reencontrar num evento público (embora ainda de máscara e usando álcool gel), após longo período de grandes restrições devido à pandemia, e também teve momentos de emoção.

O Hospital dos Trabalhadores Rurais de Verê, criado em maio de 1974, mantém a mesma razão social, mas passa a ter o nome fantasia de dr. João Francisco Cioccari, agora contando com uma marquise, que foi um dos projetos que tiveram grande empenho do dr. Chico, falecido em 22 de setembro do ano passado.

Na abertura do evento, o apresentador Roberto Cândido, o Alemão, informou que “a cerimônia será simples e rápida, pois estamos em frente ao hospital”. Mas os oradores se prolongaram – todos tinham boas histórias pra contar do dr. Chico, realçando as qualidades do médico – e a cerimônia, incluindo sessão de fotos para descerramento da faixa inaugural e um painel na sala de entrada, demorou uma hora e meia.

Começou com leituras e a bênção do padre Ademir, seguindo-se os discursos do ex-prefeito Loivo Ritter, depois o prefeito Ademilso Rosin, o deputado estadual Wilmar Reichembach e a atual diretora do hospital, a farmacêutica Gerusa Alberton Asmamm. O momento de maior emoção foi quando a filha do homenageado, a também médica Joana Marcela Ciocari, quase desmaiou ao falar de seu pai. Ela concluiu sua fala sentada. E depois teve que ser levada para uma cama do hospital, não pôde participar das fotos.

Dr. Francisco, o médico dos médicos

Foram tantos os elogios recebidos por dr. Francisco Cioccari que fica difícil escolher um, para o título. Na abertura da solenidade, Alemão relatou que dr. Francisco chegou em Verê dia 8 de maio de 1974. “Aqui ele fez a sua vida, casou (com Neli Cagnini) e teve dois filhos” (Joana, que é médica em Londrina, e Juliano, que é engenheiro de software em Porto Alegre). “Foi sempre dedicado ao hospital e à população vereense, se ausentava o mínimo possível (...). dr. Francisco vai permanecer vivo em nossos corações, como uma pessoa simples e um grande profissional ético, humano, incansável e responsável. Salvou muitas vidas. Foi um grande herói de nossa cidade.”

“Eu perdi um pouco o tranco do discurso, porque faz tempo que não faço”, alertou o ex-prefeito Loivo Ritter, mas quando começou a falar do dr. Francisco foi longe. Começou contando desde que o médico lhe foi apresentado pela professora Eli Galina e Verê passou a contar com dois médicos, dr Chico e o pioneiro dr. Flávio Rubens Mello de Miranda. Sobre dr. Chico, Loivo afirmou que “a história dele percorreu o município e está impregnada em todas as pessoas de todas as comunidades de Verê”. E sobre seu lado profissional, emendou que “o conhecimento médico dele era absolutamente fantástico e verdadeiro e de muito valor, ajudava muito, principalmente as pessoas mais simples”.

Para o prefeito Admilso Rosin, não há “nada mais justo que o hospital receba o nome do dr. Francisco, o Verê está em festa e o céu também, com o dr. Francisco, o médico dos médicos”.A inauguração foi de uma marquise em frente ao hospital. O deputado Wilmar Reichembach viabilizou parte dos recursos. Ele lembrou que o dr. Francisco se preocupava com o desconforto dos pacientes ao chegar no hospital e não ter um local coberto. Agora tem.

A diretora Gerusa disse que “a maneira de falar e agir do dr. Francisco sempre despertava esperança e ele teve uma vida dedicada ao próximo”.O discurso mais emocionado, na verdade o primeiro, foi da filha Joana, que se emocionou. Depois, sentada, contou a vida do pai, desde que nasceu, filho de pais brasileiros, mas que residiam na Argentina. Logo, ele perdeu o pai. E a mãe, professora, que o educou, já de volta ao Brasil, Santa Maria (RS). Foi lá que ele serviu o Exército e cursou Medicina. “Agradeço muito por esta linda e magna homenagem deste hospital que o meu pai tanto amou, tanto dedicou sua vida. Ele cuidou muito dos seus pacientes, com muita atenção, muita sabedoria. Ele estava sempre estudando qualquer caso, para poder oferecer o melhor aos pacientes e amenizar suas dores e sofrimentos. Ele nunca sentiu seu trabalho como um fardo ou como uma obrigação. Ele reconheceu o hospital como seu lugar e todo mundo como parte de sua família”, discursou, emocionada, a dra. Joana Marcela Cioccari.

E a mãe da Joana e do Juliano, viúva do dr. Francisco, Neli Cagnini Cioccari, me enviou mensagem ontem, durante viagem de volta para Londrina, junto com a filha: “Eu me surpreendi, estava tudo muito lindo”.

Hospital tranquilo

A capacidade do hospital é para atender 20 pacientes. Teve período de lotação, durante a pandemia. No fim de semana, havia apenas oito pacientes e ontem seis receberam alta. Quem atende agora, no lugar do dr. Chico, é o dr. William Pastro.

Fonte: Jornal de Beltrão/ Ivo Pegoraro