O delegado Dr. Joselito Teixeira dos Santos falou sobre as versões que foram apresentadas em depoimento.
Foto: Alexandre Baggio/Jornal de Beltrão
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Uma coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, 21, na 60ª Delegacia Regional de Polícia de Dois Vizinhos, esclareceu o caso do recém-nascido que foi entregue no Hospital Pró-Vida de Dois Vizinhos. A primeira versão noticiada dava conta de que o bebê havia sido abandonado em um terreno baldio. A investigação, no entanto, apurou que a história é diferente.
O delegado Dr. Joselito Teixeira dos Santos ouviu, na segunda-feira, 20, o pai da criança, que tem 18 anos, o seu primo, de 19 anos, que levou o bebê para o hospital juntamente com a adolescente de 15 anos e uma amiga maior de idade. Também foram ouvidos os avós paternos do bebê. A mãe da criança, está internada e em observação. “Vale destacar que, ao contrário do que pensamos inicialmente, não tem nenhuma situação de pobreza extrema. Os avós estão em choque, não sabiam e disseram que vão lutar pela guarda da criança”, disse o delegado.
Versão do pai
O pai disse que foi pego de surpresa pela gravidez e que só soube quando viu o bebê no banheiro da sua casa, no sábado, 18. “O bebê nasceu na casa dos avós paternos, que não estavam. A menina passou mal, tomou medicamento e quando pediu socorro já estava com o bebê. Pela versão deles, ela pariu sozinha. Ele alega para nós que, muito embora eles tivessem um relacionamento quase que fixo, ele não sabia. A menina é magrinha e, segundo ele, usava as roupas dele, mais largas. Há cinco meses eles não tinham um bom relacionamento e, por isso, ele foi pego de surpresa quando no sábado à tarde ela passou mal, tomou um medicamento, foi para o banheiro quando pediu socorro ele se deparou com uma criança, entrando em choque. Aí ele chamou um primo, que tentou dar apoio, mas diante daquela situação, pai e mãe optaram em pedir para o primo se desfazer da criança. O primo então saiu com o bebê embrulhado, sozinho e, pelo o que vimos, logo após, eles chegaram no hospital em três: uma menor que seria namorada do primo e mais uma amiga maior de idade. Eles estavam apavorados, não contaram a versão real com medo de alguma ação policial e resolveram deixar a criança no hospital com a história que de encontraram o bebê em local abandonado”, explica o delegado.
Investigação
A Polícia Civil começou a apurar o caso na segunda-feira, 20. “Já tínhamos alguns indicativos de quem teria levado a criança e, com o apoio do Conselho Tutelar, identificamos a menor que entregou a criança no hospital com os dois maiores. Essa adolescente contou uma história não tão verdadeira, mas ela deu para nós indicativos de quem seria a mãe do bebê e nisso a investigação chegou até os responsáveis, pai e mãe do bebê”.
Sem pré-natal
O delegado destacou que a mãe não fez acompanhamento algum durante a gravidez. “Ela não fez pré-natal, conversamos com a avó paterna e ela disse que o casal frequentava a casa e eles também não sabiam que a moça estava grávida. Pode ser que essa versão tenha sido real, não que eu queria dizer que o pai não sabia, mas pode ser que ela escondeu de toda a família. Não ouvimos os pais da menor ainda, mas segundo relatos da avó paterna, eles também não sabiam da gravidez tanto que os dois avós estão se mobiliando para tentar judicialmente uma guarda compartilhada da criança”, acrescenta.
Crimes
O delegado falou sobre os crimes que os jovens podem responder. “Quem chegou no hospital foram dois maiores e uma menor, com a criança no colo. Essa menor vai responder uma medida socioeducativa por falsa comunicação de crime, os dois maiores respondem inquérito por abandono e exposição de recém-nascido, o pai por abandono e exposição de recém-nascido e a mãe medida socioeducativa também”, conclui o Dr. Joselito.
Fonte: Portal Educadora