Governador era aguardado para a solenidade, entretanto, não compareceu em virtude do mau tempo.
Foto: Assessoria
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Na última sexta-feira, 1º de outubro, a PCH Bela Vista foi inaugurada em Verê. Participaram do ato, representantes da Copel e do Governo do Estado, autoridades municipais e regionais, vereenses e funcionários que ajudaram a construir a usina.
Mais de 100 mil pessoas serão beneficiadas pela energia elétrica produzida pela usina. O empreendimento foi inaugurado com dois anos de antecedência em relação ao prazo previsto e está instalado no Rio Chopim entre Verê e São João. O investimento total na obra foi de R$ 224 milhões por parte da Copel. A usina é composta por três unidades geradoras na casa de força principal e mais uma, menor, na casa de força complementar. Juntas, elas somam uma potência de 29,81 megawatts (MW).
O governador Carlos Massa Ratinho Junior não compareceu ao evento devido às condições climáticas, mas ressaltou, em vídeo, a importância da obra para a economia do Sudoeste, que se torna um grande polo gerador de energia para o Paraná e o Brasil. “Essa inauguração ajuda o Paraná a se consolidar como um grande produtor de energia limpa no Brasil. Essa obra faz parte de um grande projeto que é dar velocidade à construção de pequenas centrais hidrelétricas”, afirmou. “Somos um dos estados que mais têm potencial nessa área. Em dois anos e meio, demos a autorização para a construção de 80 PCHs. Isso porque, primeiro, essa é uma energia limpa, renovável, de baixo impacto ambiental; e segundo, porque é uma tecnologia brasileira, usando equipamentos paranaenses”, acrescentou.
As obras da PCH Bela Vista foram iniciadas em junho de 2019. Um ano depois já se realizava o desvio do rio Chopim para a conclusão da barragem. Com o avanço da construção, as três unidades geradoras principais foram inauguradas ao longo de 2021, finalizando a obra: a primeira em 12 de junho, a segunda em 10 de julho e a terceira, em 15 de agosto.
“A Copel é uma das mais importantes empresas de energia do nosso País, e o Paraná tem se destacado não só na geração de energia, mas na sua transmissão e distribuição. Esse empreendimento contribui para assegurar a segurança energética do nosso país e para o desenvolvimento socioeconômico local”, afirmou o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, também por vídeo.
O empreendimento gerou cerca de 450 empregos em todas as frentes de trabalho no período. O prefeito de Verê, Ademilso Rosin, ressaltou que a obra ajudou na economia do município durante o período da pandemia, e que seus benefícios serão permanentes. “Percebemos um aumento no fluxo do comércio com as pessoas que transitaram por aqui durante a construção da PCH. Hoje, encerrando essa etapa, teremos o ganho de toda essa obra. Além de auxiliar a região na geração de energia para milhares de pessoas, ela vai ajudar o município de Verê pela contribuição de ICMS”, afirmou Rosin. Durante a construção da PCH, mais de R$ 6 milhões foram arrecadados pela prefeitura em ISS.
“A chuva de hoje, com certeza, é abençoada. Nós agradecemos ao Governo do Estado também por essa obra e pelos constantes convênios que estão ajudando a desenvolver o nosso município. Agradecemos também ao Presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), aos demais deputados que nos representam, a direção da Copel, ao chefe da Casa Civil Guto Silva e todos que permitiram que essa obra se concretizasse. É motivo de orgulho saber que Verê vai contribuir com a geração de energia e o progresso da região”, completou o prefeito.
FUNCIONAMENTO DA PCH
A usina aproveita uma curva fechada natural existente no curso do rio Chopim para a criação do reservatório, formado com o represamento das águas por uma barragem em forma de arco. Ela foi construída em concreto compactado com rolo (CCR) e soleira vertente livre, com comprimento de 392,78 metros. O reservatório desvia o fluxo do rio entre Verê e São João e, depois da geração de energia, devolve a ele o volume de águas. O percurso em linha reta tem aproximadamente um quilômetro de extensão.
Após o reservatório há uma queda de 15,5 metros. Ali é instalada a casa de força principal da PCH, composta por três turbinas SEMI tipo Kaplan “S” jusante de eixo horizontal, cada uma com engolimento nominal de 73,55 m³/s, potência unitária de 9,67 MW e três geradores WEG com potência nominal de 10,74 MVA. Com as três turbinas operando na capacidade máxima, a potência nominal total é de 29,322 MW, “engolindo” 200 metros cúbicos de água por segundo.
Além disso, outra turbina de menor porte foi instalada na casa de força complementar, que fica junto à barragem. Ela gera energia aproveitando a vazão mínima de água do rio que não pode ser represada, escoando de forma permanente no trecho abaixo do barramento. A vazão de 7,11 m³/s gera, assim, uma potência nominal de 0,48 MW, produzindo mais energia ao mesmo tempo em que mantém a condição ambiental adequada do rio.
Após a geração, a energia passa por uma subestação elevadora (13,8 kV – 138 kV) e uma linha de distribuição de alta tensão (138 kV) em circuito simples, com 18,4 quilômetros de extensão, que se conecta à subestação da Copel em Dois Vizinhos (138 kV). “De lá ela é distribuída para o setor elétrico brasileiro, entrando no sistema geral. É como se ela caísse em uma grande caixa que recebe energia de várias fontes, que se acumula e distribui conforme a demanda do setor elétrico”, explica o diretor técnico da PCH, Roberto Seara.
PONTE DA INTEGRAÇÃO
A implantação da PCH também incluiu, como contrapartida social, uma ponte de 200 metros de extensão sobre o Rio Chopim na área do reservatório. A travessia entre Verê e São João, que era feita por balsa, passa a ser gratuita, atendendo a uma antiga reivindicação da população local. O investimento foi de R$ 7 milhões.
O prefeito de São João, Clóvis Cucolotto, explica que antes da ponte a ligação entre os dois municípios costumava ser por balsa, que abria das 8h às 20h. “Não havia um deslocamento social grande entre as duas cidades, e o fluxo do agronegócio era reduzido. Para o fluxo do leite, uma importante cadeia na região, tinha que se dar uma volta de cerca de 44 quilômetros. Com a ponte, não há necessidade disso: em cinco minutos se atravessa para a outra cidade. Isso reforça muito a questão econômica do agronegócio”, disse.
IMPACTO AMBIENTAL
Todo o empreendimento foi planejado para manter um baixo impacto ambiental na região. O reservatório tem área de 2,66 quilômetros quadrados (266,33 hectares) para o Nível de Água Máximo Normal. Em compensação, a área de floresta que foi adquirida e recuperada pela Copel para ser preservada na região é bem maior do que o reservatório, chega a 3,3 quilômetros quadrados, criando um corredor ecológico para abrigar animais silvestres. Para recuperar áreas antes degradadas, foram plantadas 75 mil mudas nas margens do reservatório.
Além disso, foi desenvolvida uma série de programas de proteção à fauna, flora, patrimônio arqueológico, monitoramento de condições ambientais, além de ações voltadas à comunidade local.
Fonte: Assessoria com AEN