Sudoeste foi única região do Estado que teve chuvas acima da média em setembro.
Foto: Portal Educadora
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Outubro começou com excelentes precipitações na região Sudoeste do Paraná. De acordo com dados do Deral (Departamento de Economia Rural), Núcleo Regional de Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, entre sexta-feira (01) e domingo (03), choveu 119 milímetros em Dois Vizinhos, 70 milímetros em Francisco Beltrão, 104 milímetros em Planalto e 148 milímetros no Baixo Iguaçu, superando as expectativas dos principais sites de meteorologia para a região.
Nesta segunda, o tempo continua instável no Sudoeste, porém, com chuvas menos volumosas e temperaturas amenas.
A região estava em situação de alerta devido a baixa vasão dos rios que abastecem as cidades e a chuva do final de semana foi um alento, apesar de ainda não ter solucionado o problema.
O Sudoeste foi a única região do Paraná que teve chuvas acima da média histórica em setembro. O acumulado na estação de Pato Branco no último mês chegou a 171,8 milímetros, enquanto o volume médio esperado era de 152,6 milímetros. Francisco Beltrão teve média de 204 milímetros, volume 60% maior que a expectativa que era de 133,7 milímetros.
OUTRAS REGIÕES
No restante do Estado, no entanto, choveu bem abaixo do esperado. O déficit de precipitação foi mais significativo nos setores mais ao Norte, Oeste e central. Curitiba também registrou precipitação abaixo do comportamento normal. A média do volume de chuvas em setembro na Capital é de 123,1 milímetros, mas choveu apenas 53 milímetros na cidade, uma diferença negativa de 58%.
“De um modo geral, com exceção da região Sudoeste, o Paraná registrou chuvas abaixo da média histórica em setembro, incluindo a Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Isso se deve ao predomínio das massas de ar seco que ainda estão atuando com bastante força sobre o Estado”, explicou o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib.
LA NIÑA
Apesar do bom volume de chuvas na região, em setembro e nos primeiros dias de outubro, os meteorologistas do Simepar preveem que o fenômeno climático La Niña deve permanecer ativo durante o período da safra 2021-2022, que começa a ser semeada. O fenômeno se caracteriza pela diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Equatorial, o que provoca alterações nos padrões de chuva e temperatura em todo o planeta. Para o Paraná, essa situação se reflete em um alto risco de chuvas em quantidade menor ao esperado e mal distribuídas ao longo da estação, intercaladas com longos períodos de estiagem. Variações bruscas de temperaturas do ar também são esperadas, assim como a ocorrência de temporais, ventos fortes, granizo e incidência de raios, fatores que podem atrasar a semeadura. Culturas como café, cana-de-açúcar, mandioca e frutíferas também correm alto risco de serem prejudicadas pela má distribuição das chuvas ao longo da estação. Além da convivência com a crise hídrica, eventuais impactos de eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor previstas para o período da safra, podem impactar o plantio. O cultivo e a incorporação de plantas de cobertura em sistema de plantio direto é uma das práticas indicadas. Para as culturas de grãos, como soja, milho e feijão, a recomendação é utilizar sementes de qualidade, diversificar as cultivares e em ciclos diferentes, escalonar a semeadura nos talhões, não extrapolar a população de plantas recomendada pela assistência técnica e cuidar do equilíbrio nutricional e da sanidade das lavouras.
Fonte: Portal Educadora (com AEN)