Missionária Maiane Martins conta sua experiência em Guiné Bissau

Duovizinhense deve está há um mês e deve permanecer dois anos na sua missão.

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  • 11 de Outubro de 2021
  • Foto: Assessoria

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“Há um mês deixei a família, os amigos, o trabalho. Adiei planos e projetos. Desfiz-me da casa, do carro, das roupas, do conforto e da segurança para lançar-me em terras desconhecidas e distantes por causa de Jesus Cristo.

Desde que cheguei tenho procurado viver cada dia com paciência, respeitando os limites quanto ao tempo para adaptação diante do clima quente, da alimentação, do sono. Observando os costumes, encontrando as pessoas, estabelecendo vínculos com o povo que tem em sua essência uma alegria contagiante. E esta alegria faz com que as dificuldades sejam mais leves.

Estou adentrando na vida pastoral e comunitária da Diocese de Bafatá e da Paróquia Santa Cruz de Buba, que pertencem à nossa comunidade São Paulo VI, de Quebo. Estive algumas vezes na Paróquia e também na Diocese. Estou participando como membro da comissão diocesana para o Sínodo dos Bispos, uma alegria imensa ter sido convidada para pensar e agir junto à Igreja de Guiné-Bissau, os caminhos para uma Igreja Sinodal.

As atividades pastorais, assim como as escolares, retornam sempre no mês de outubro, quando acaba o período de chuva. Estou responsável pelo grupo dos vocacionados e pela formação dos catequistas na comunidade de Quebo.

No âmbito da saúde para o qual realizarei ações, estou conhecendo como isto funciona aqui no País para poder pensar ações e agir. Terei formação da Cáritas Diocesana a fim de seguir o projeto de redução da mortalidade materno-infantil. Conheci o hospital de Quebo e acompanhei, junto com outra missionária, três casos de crianças com desnutrição grave que encaminhamos para o Centro de Recuperação Nutricional (CRN), da Cáritas Diocesana, na cidade de Catió. Graças a Deus, duas crianças já receberam alta e a outra está se recuperando.

Na semana passada, tive uma experiência muito interessante como fonoaudióloga: um casal muçulmano que nunca tinha estado na missão veio procurando por mim. Eles trouxeram seu filho de 4 anos e disseram-me ter sabido que havia chegado uma missionária que podia fazer com que seu filho falasse. Eu os acolhi e prontamente me dispus a atendê-lo. Sem recursos, sem exames, línguas diferentes: um grande desafio.

Logo em seguida fui à capela apresentar a Jesus minha disponibilidade em servir e também meus anseios e dificuldades.

Depois disso, outras duas famílias me procuraram para ajudar seus filhos a falarem.

O que será possível fazer por estes e por tantas outras pessoas eu ainda não sei, mas sei que em todas as ações haverá a condução do Espírito Santo.

Deus, obrigada pela generosidade deste povo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, da Igreja do Paraná, que faz a missão de Jesus acontecer por meio da valorização da dignidade do ser humano em ações básicas de alimentação, saúde e educação.

Que todos possam renovar e assumir o compromisso batismal como missionários de Jesus Cristo, reconhecendo que o terreno da missão é aquele onde os pés estão.

Que Maria, mãe missionária, inspire em nossos corações o desejo de sair apressadamente para levar o Cristo que habita em cada um de nós aos nossos irmãos. Forte abraço!”

Fonte: Assessoria