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JOAO PEDRO SEGATO

CGH Dois Vizinhos vai gerar 1 megawatt; investimento pode chegar a R$ 9 milhões

Energia produzida deve atender 10 mil pessoas ou 2 mil residências.

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  • 13 de Outubro de 2021
  • Foto: Assessoria

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A família Marafon iniciou a construção da CGH Dois Vizinhos. A hidrelétrica será instalada no Bairro Frederico Galvan - na queda d’água do antigo Moinho Pagnoncelli. “Essa ideia é um sonho antigo que está se concretizando agora. O caminho foi difícil, complicado. Apesar da geração de energia ser necessidade, os órgãos são bem burocráticos. Ainda quando o Lessir (Bortoli) era o prefeito fizemos uma concessão com o município. O ex-prefeito Raul Isotton ajudou bastante, foi para a câmara de vereadores, as licenças foram iniciadas em 2014 e agora conseguimos liberar e iniciamos a construção”, explicou Patrick Marafon, em entrevista para a Rádio Educadora.

 

Como vai ser?

O empreendedor falou sobre a estrutura. “Teremos um barramento, um canal, o conduto forçado e a casa de força. O barramento vai ser baixo, a barragem vai ter uns 80 centímetros, aí teremos a tomada d’água e, com isso, vai gerar cerca de 1 megawatt. Como temos períodos secos, analisamos com os projetistas e vamos instalar uma turbina de 750 quilowatts e uma bomba que gera 250 quilowatts. No período de estiagem, a usina vai conseguir gerar continuamente, com a bomba”, explicou. O canal vai ter 1.400 metros e vai ser feito um aterro de até oito metros de altura. “Fizemos análise para ter um túnel, mas ficaria muito mais caro e mudaria as licenças.”

A mini barragem vai fazer com que a água acesse um desvio para o canal, passando por esses 1,4 mil metros até o conduto forçado e para a casa de força. “A turbina nossa foi comprada no Brasil e a bomba é indiana, chega em dezembro. São poucas usinas que trabalham com turbina e bomba. O meu sócio tem várias usinas no Paraná e eles instalaram uma unidade em Castro que é bem eficiente e tem esse sistema, por isso, optamos em colocar essa bomba em virtude da estiagem”, completa Patrick.

Entre os sócios do empreendimento está a família do deputado estadual Plauto Miró (DEM), de Ponta Grossa. “Essa sociedade surgiu através de uma parceria em um aterro sanitário na região dos Campos Gerais e eu tive afinidade com o filho do Plauto Miró. Eles têm vários investimentos, e quando eu falei do projeto que estava prestes a sair a licença e ele comentou que se quisesse parceria eles também têm empresa de comercialização de energia e fechamos a parceria. Esse é um negócio. Temos necessidade de energia no país, o custo está alto e as energias renováveis, seja hidro, solar, eólica, entre outras, que são bem importantes”, relatou Patrick.

Os responsáveis pelo empreendimento vão precisar ainda fazer o replantio de árvores nativas em área de 1,2 hectare. “Foi, mais ou menos, o que a gente fez de supressão vegetal na área. O canal vai ser compactado, vai ser plantado grama e mudas nativas abaixo do canal.”

 

Loteamento

Nas margens da usina, atualmente, se tem lavoura, entretanto, logo será edificado um loteamento da Norte Sul Empreendimentos. “Estamos na etapa de drenagem. Vamos fazer um dreno para a água pluvial do loteamento passar por baixo do canal, uma obra complexa, mas por enquanto, é uma lavoura no local”, disse Patrick.

O investimento pode chegar a R$ 9 milhões. “Vamos financiar o mínimo possível porque as taxas estão muito altas e não viabiliza se financiar 100%. A conclusão prevista é até o final de 2022. Semana que vem acontece a sondagem, escavação, já vimos que vai dar rocha, vai detonar e daí levantar as paredes e construir. O projeto básico foi da Construnível. Eles pegam o rio, vazão, queda, fazem estudo, pegam média histórica do rio e dizem quanto que pode gerar. Se o órgão aprova, já libera licença prévia, depois tem licença de instalação e depois a de operação”, conclui o empreendedor.

Fonte: Portal Educadora