Avaliação foi feita pelo Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo do Francisco Beltrão e Dois Vizinhos.
Foto: AEN
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Na última terça-feira, 21, o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) de Francisco Beltrão e Dois Vizinhos fez um levantamento dos prejuízos causado pela seca. Até agora, nas safras do milho para grão, milho para silagem, soja e feijão já foram perdidos R$ 1,320 bilhão nos 27 municípios abrangidos pelo órgão. “Todo mundo sabe o regime de chuva que vem sendo registrado na nossa região. Tivemos meses de setembro, outubro e novembro com chuvas razoáveis, em outubro choveu bem, novembro 50% do potencial, foram 70 milímetros em média na região, enquanto em dezembro as chuvas estão muito aquém do necessário, temos hoje praticamente 15 milímetros registrados, de forma muito irregular, em muitos locais não choveu e, com isso, os agricultores que acabaram plantando em setembro e outubro estão à mercê do clima com registro de grandes perdas nas lavouras”, lamentou Antoninho Fontanella, técnico do Deral/Seab.
Por lavoura....
Fontanella avaliou as perdas em quatro lavouras. No feijão, que foi plantado em agosto ou setembro, as perdas já chegam a 41%. “Temos plantado 850 hectares e uma estimativa oficial de colher 3.700 toneladas. Já registramos uma quebra de 41% e isso nos daria 1.500 toneladas nos 27 municípios. O total de prejuízos chega a R$ 6,250 milhões”, disse.
Ele também falou sobre o milho. “Na safra normal, foram 17.200 hectares plantados e uma perspectiva de produzir 172 mil toneladas. Já temos quebra de 46%, nos dando uma redução de 81 mil toneladas e isso nos dá um prejuízo financeiro, nos valores de hoje, de R$ 116 milhões. Já para silagem, foram plantados 37 mil hectares e, desses, havia uma expectativa de produção de 1.650.000 toneladas e temos uma redução de 50%, ou seja, deixarão de ser produzidos 825 mil toneladas e, transformando em valores, seria praticamente R$ 500 milhões. Sabemos que nessas culturas de milho e feijão temos áreas com perda total. Isso nos preocupa muito em relação a questão na cadeia produtiva do leite. Ainda vamos fazer uma avaliação melhor nos próximos meses, mas esperamos chuva nos próximos dias”, completou.
Na soja, os prejuízos também já são grandes. “A cultura da soja que é o carro-chefe na produção de grãos da nossa região, temos plantado, uma estimativa, de 294.270 mil hectares com uma expectativa de produção de 1.147.650 toneladas. Considerando as perdas de 23%, até agora, nos 27 municípios, seria praticamente 264 mil toneladas e, com o preço atual de mercado, já somam R$ 704 milhões”, lamentou.
Na casa do bilhão...
O prejuízo já é gigantesco. “Somando as quatro atividades, temos uma perda de R$ 1,320 bilhão nos 27 municípios da região. Poderemos ter uma perda muito maior em algumas áreas, dependendo também do período de plantio. As primeiras lavouras que foram plantadas de soja e milho lá em agosto/setembro foram as que mais estão sofrendo. Já as que foram plantadas a partir da segunda quinzena de outubro, no caso da soja, muitas delas ainda poderão se recuperar. Sabemos que a questão climática é muito parecida com a safra passada e, na ocasião, tivemos uma recuperação muito grande da soja com a chuva que ocorreu no fim de dezembro e em janeiro. Esperamos que a situação melhore e que os produtores possam ter uma safra dentro daquela expectativa”, conclui.
Fonte: Portal Educadora