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DO PAGO AO SERTÃO

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JULIO VENDRAMINI

Como protesto, sindicatos assam pés de galinha em frente à BRF

Negociações das reposições salariais entre empresa e sindicato se arrastam desde novembro.

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  • 09 de Março de 2022
  • Foto: Assessoria

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Na manhã desta quarta-feira, 9, representantes da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias De Alimentação do Paraná (FTIA-PR) e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Dois Vizinhos e Região (Sintral) estão promovendo uma manifestação em frente a unidade da BRF em Dois Vizinhos. O protesto se dá em virtude das dificuldades de negociação das reposições salariais já que a data-base da categoria é em novembro e os sindicatos e a empresa ainda não chegaram a um consenso.

“Os trabalhadores estão há quatro meses sem receber o reajuste. A gente já teve cinco rodadas de negociações com a empresa que continua enrolando para dar os reajustes. Ela quer repassar o reajuste, mas a partir de março e não aceitamos isso porque os retroativos são desde novembro. Temos uma organização de quatro sindicatos e estamos protestando contra essa situação. Sabemos que temos diretores da empresa estarão na unidade de Dois Vizinhos e, por isso, vamos assar pés de galinha porque realmente isso está acontecendo com trabalhador. A não reposição salarial afeta na alimentação de todos eles e a maioria está nessa condição, de trabalhar na segunda maior exportadora de proteína animal e muitos não tem proteína na sua casa para se alimentar”, disse Luiz Pereira dos Santos, representante da FTIA-PR e presidente do Sindicato de Alimentação de Ponta Grossa.

Ele falou sobre os pedidos da categoria. “A inflação do período é de 11,08%, já estamos na quinta rodada e a empresa está marcando a sexta rodada. As reuniões não são resolutivas, já desacreditamos de algumas coisas que a BRF promete. Ontem (terça-feira, 8) tivemos reunião em Curitiba e acreditávamos que seria apresentada uma proposta boa, mas não conseguimos resolver. O que estamos cobrando e pedindo aos trabalhadores é a inflação do período. Não tem nenhum ganho real nessa proposta. Os trabalhadores da BRF, durante a pandemia, não pararam nenhum momento, colocando em risco as suas vidas e das suas famílias e a empresa não está querendo dar o reajuste devido”, completou.

Luiz disse que greve é uma possibilidade. “Se não evoluir nessas negociações, a única coisa que podemos fazer é greve. Os trabalhadores não aceitam a proposta colocada de não pagar os retroativos de novembro a fevereiro”, conclui.

Nota da empresa

"A BRF informa que busca um Acordo Coletivo de Trabalho que atenda aos interesses de seus colaboradores e ao mesmo tempo garanta a sustentabilidade da empresa. A BRF atua de forma permanente e transparente no relacionamento com os sindicatos profissionais das localidades onde possui unidades e sempre está aberta ao diálogo e à negociação."

Fonte: Portal Educadora