Carminatti completou 50 anos como taxista em Dois Vizinhos

Ele sempre atendeu na Praça Ary Jaime Muller, no Centro Norte.

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  • 29 de Abril de 2022
  • Foto: Portal Educadora

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Na última sexta-feira, 22, o taxista Waldomiro Alves de Lima, mais conhecido como Carminatti, comemora 50 anos de atuação em Dois Vizinhos. Ele sempre atendeu no ponto que fica na Praça Ary Jaime Muller.  A família aproveitou a data para homenageá-lo. “Qual é o seu destino? É com esta frase que hoje queremos fazer uma justa homenagem a um pioneiro de nosso município que prestou seus serviços de transporte de pessoas. Em 22 de abril de 1972, Waldomiro Alves de Lima, também conhecido como Carminatti, iniciava suas atividades junto à praça Ary Muller. Já foram 50 anos de dedicação, compromisso, perseverança, responsabilidade e profissionalismo nesta profissão de conduzir pessoas de um lugar para outro. Desse período, o que se tem é uma coletânea de histórias ouvidas e contadas por ele entre uma corrida e outra. Cada corrida um cliente, um amigo. Com sol, com chuva, com dinheiro ou sem, lá ia ele prestar seu serviço para a comunidade”, destacou o texto enviado por familiares.

Carminatti participou de vários momentos e fez parte da história do município. “Ao longo dos anos, você deixou marcas importantes na comunidade. O seu trabalho contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento desta sociedade. Você esteve ao lado de tantas pessoas, contribuiu para tantas histórias. Este é um aniversário de tempo de trabalho que nós, como sua família, não podemos deixar passar em branco, sem prestar esta homenagem por esta marca inesquecível”, completou.

O taxista segue atendendo todos os clientes que o procuram. “Hoje, com 89 anos, você é uma referência para todos nós, não só pelo tempo de trabalho, mas também pelo esposo, pai e avô que é. Deixa um legado de honestidade, princípios, valores e ética que levaremos em nossas vidas. É com orgulho que contamos e dividimos, com a nossa comunidade, esta merecida conquista, e que ela seja fonte de inspiração para todas as pessoas que têm o privilégio de conviver contigo. Temos certeza de que a Vó Olga, a Marli e a Bruninha estão olhando pelo senhor, de onde estiverem (em memória)”, completou o texto enviado pela família, que ainda felicitou Carminatti pelo trabalho. “Que Nossa Senhora Aparecida, Santo Antônio e São Cristóvão continuem te abençoado e te guiando pelas estradas da vida. Temos orgulho de tudo que conquistou porque você merece. Parabéns. Tenha certeza de que te admiramos, amamos e cuidaremos de você hoje e sempre. Com carinho, sua família”, concluiu a homenagem.

Em 50 anos como taxista, Carminatti teve 12 carros da Volkswagen. O primeiro foi um Fusca e o carro atual é um Gol, que está com ele há 12 anos. “Eu peguei 12 carros na Divel, do Joseti. Agora, há 12 anos, estou com o meu Gol. Todos os meus carros foram Volks. Tive Fusca, TL, Voyage, Gol, aqueles Gol chaleira. Agora estou com outro Gol. O carro melhor que eu tive é esse. Ele tá com 12 anos de trabalho, com 400 mil quilômetros e está aguentando muito bem”, disse Carminatti.

Medo

A corrida mais marcante foi quando ele sofreu um assalto. “Foi num dia 10 de junho, deve fazer uns cinco anos. Fui assaltado perto de São Valentim. Eu não morri porque Deus me salvou. O rapaz queria uma corrida pra fora e eu conheço todas as picadas. Quando ia entrar num capoeirão, onde não tinha mais nenhum morador, eu parei e falei que não ia mais daquele lugar. Ele disse pra voltar. Parei o carro, tava dando a volta, ele juntou os paver que tinha na sacola e bateu na minha cabeça. Eu tava esvaído, aí ele me colocou contra o volante, com as duas mãos. Aí eu falei que dava o carro e o dinheiro para ele, mas ele falou que ia me matar. Eu disse que Deus não ia deixar ele me matar. Aí eu consegui tirar a mão dele e consegui pegar ele pelo pescoço. Caímos do carro, lutamos um pouco e ele disse que ia me deixar ir porque nunca tinha visto um gringo duro como eu. Aí ele pegou o carro, eu tinha R$ 1 mil no bolso e ele levou tudo. Eu passei por outros sustos, corridas perigosas, mas no final só me negavam a corrida, essa foi a mais complicada”, conclui.

Fonte: Portal Educadora