Em 2022, já foram atendidos 12 casos de abuso contra crianças e adolescentes em DV

Ações estão sendo realizadas para enfatizar o Dia de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.

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  • 19 de Maio de 2022
  • Foto: Portal Educadora

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Desde a última segunda-feira, 16, a equipe de assistência social trabalhou intensamente, nas escolas e centros municipais de educação infantil (Cmei’s) de Dois Vizinhos, a prevenção referente ao abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Foram diversas atividades de prevenção nas entidades e, para finalizar, na Praça da Amizade, na tarde de quarta-feira, 18, foi realizado o ‘Dia D’ na prevenção.

Alunos da Casa da Paz fizeram apresentações de capoeira, numa ação que contou também com a Fanfarra da Guarda Mirim. Autoridades e representantes de forças de segurança também participaram do evento que buscou alertar a sociedade sobre o assunto. “A gente vem trabalhando há 60 dias, pensando em como chamar atenção da população. Essa é a semana que intensificamos os trabalhos, mas queremos deixar claro que essa luta não é só do poder público, mas de toda a sociedade. Passamos pelas escolas, visitamos entidades e, para encerrar, um ato para a população entender que tem sim como denunciar e cuidar dos nossos pequenos”, resumiu Cátia Bonin, secretária de assistência social.

Número de casos

Cristiane Pavan, coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), destacou que os dados atuais referentes ao assunto podem não condizer com a real situação do problema. “Em maio, as denúncias subiram consideravelmente. Durante a pandemia, os casos permaneceram, mas tivemos menos denúncias. Em 2022, foram sete casos até abril, mas em maio, que não fechamos ainda, tivemos novos cinco casos. A situação é preocupante e precisamos da ajuda de todos porque geralmente esse abuso acontece intrafamiliar e, em 90% dos abusos, não se tem testemunhas porque eles acontecem dentro de casa, com pessoas de extrema confiança da mãe, criança ou adolescente. A gente ressalta também que pode acontecer em qualquer família, de qualquer classe social e vale ressaltar que a violência, o abuso, não é só o ato, é o assédio, mostrar algum órgão, o toque”, resumiu em entrevista para o Programa Sete e Meia, da Rádio Educadora.

Como abordar?

A psicóloga Helena Horbatei destacou como as equipes procuram conversar com as crianças sobre o assunto. “Buscamos falar a língua deles, mostrando onde uma pessoa pode tocar, onde não pode, falando de riscos, dos perfis dos agressores, que, em sua grande maioria, são pessoas próximas da família e como eles se cuidarem. Também abordamos a pedofilia virtual porque as crianças estão nas redes sociais, em jogos e isso tem crescido também. O abusador se passa por outras crianças e, dentro disso, solicita fotos e vídeos”, disse.

Ela ressaltou que as denúncias, por parte do abusado, acontecem quando elas vão ficando mais velhas. “Ela se torna mais recorrente na adolescência. A criança, por ter abuso no contexto familiar, acaba sendo manipulada e mantém em segredo por mais tempo. A criança entende até como brincadeira por confiar na pessoa que está com ela no dia a dia. Os pais precisam observar se o comportamento muda drasticamente, dar abertura para as crianças falarem, escutar, acolher, trazer ela para perto, deixar ela confortável para observar e poder falar esse tipo de assunto que, às vezes, está acontecendo e ninguém imagina”, conclui.

Fonte: Portal Educadora