Produtores de pescado no Sudoeste se preparam para atender mercado halal

A Associação dos Produtores dos Lagos do Iguaçu está certificando cinco produtores e dois frigoríficos para exportar os peixes da região.

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  • 23 de Maio de 2022
  • Foto: Arquivo Portal Educadora

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O Paraná é líder na produção de tilápias no Brasil e, dentro desse cenário, o Sudoeste tem se destacado e buscado cada vez mais o seu espaço. Um grupo de produtores pretende, agora, levar seus produtos ainda mais longe com o mercado halal. A Associação dos Produtores dos Lagos do Iguaçu, que congrega cinco empresas, está nos trâmites finais para iniciar a comercialização dos seus produtos com os países muçulmanos. A certificação vai abranger os cinco produtores da associação e duas plantas frigoríficas (uma no Paraná e outra em Santa Catarina).

O fundador da associação e vice-presidente, Jean Carlo Kuligowski, explica que a união dos produtores aconteceu em 2013. Até então, o grupo produzia para atender apenas o mercado interno, mas os planos começaram a ir mais longe. “Começamos a pensar em exportar e vimos que o mercado halal tem bastante potencial para os peixes brasileiros”, explica. O gerente de produção e projetos da Piscicultura Caxias, Alexandre Marcelo Baumann, destaca que, para que esta ideia se solidificasse, um dos integrantes da associação esteve presente da Gulfood 2022, que é o maior evento anual de fornecimento de alimentos e bebidas do mundo, realizada no mês de fevereiro, em Dubai. “Foi aí que começamos a perceber que o pescado será a próxima proteína em potencial para exportação aos países muçulmanos e isso nos estimulou a buscar a certificação halal”, pontua Alexandre.

Agora, os produtores paranaenses querem elevar o patamar de qualidade e segurança dos peixes brasileiros que irão para outros mercados. Além da certificação halal, que está em processo final pela CDIAL Halal, a associação está finalizando a certificação junto ao órgão de defesa sanitária estadual para aprimoramento e realização de adequação de todas as práticas sanitárias que garantem rastreabilidade, controle e manejo do processo produtivo. “Este é um protocolo sanitário pioneiro na piscicultura do País, que fizemos questão de requisitar para elevarmos o grau de atendimento das boas práticas e, juntamente com o selo halal, garantir segurança da propriedade até o processamento nas plantas frigoríficas para atender a todas as exigências do mercado muçulmano”, completa Alexandre.

O presidente da Associação e proprietário da Alpha Fish, Gilson Tedesco, depois de uma longa experiência profissional na área de tecnologia, decidiu, no ano passado, iniciar as atividades da empresa na área de produção de tilápias em tanques-rede no município de São Jorge D’Oeste por vislumbrar um grande futuro no mercado. “Um dos grandes desafios da piscicultura brasileira é que muitos produtores ainda caminham para um processo de profissionalização. Eu fiz diferente: comecei com uma empresa me preocupando com a gestão do negócio, tanto com a seleção dos profissionais, como na busca de novas tecnologias e melhoramento genético que possam, além de melhorar a qualidade, baratear os custos de produção e o valor do produto para o Brasil e para o mundo”, explica Tedesco.

E já visualiza as oportunidades no mercado halal. “Um fornecedor esteve na Gulfood e nos passou as grandes possibilidades daquele mercado, por isso, estamos caminhando nesse processo de certificação para que nosso produto atenda a este mercado”.

Ahmad Saifi, diretor de Operações da CDIAL Halal, exaltou o potencial brasileiro na produção do pescado. “O Brasil tem a oportunidade para abastecer o mercado muçulmano, que está ávido por nossos peixes, como a Jordânia, por exemplo, que demonstrou interesse por todas as espécies de peixes brasileiros. E este é um mercado gigantesco: são mais de 200 milhões de pessoas que residem nos 22 países que compõem a Liga Árabe. Temos quem quer vender e aqueles que querem comprar, então temos um enorme potencial e a certificação halal é o caminho para quem deseja ingressar neste mercado”, conclui. 

Fonte: Assessoria