Ele concorre a um prêmio de 10 mil dólares.
Foto: Reprodução Facebook
2001
O cuteleiro duovizinhense Marcio Madalosso é um dos participantes do ‘Desafio sobre Fuego Latinoamerica’, reality show do History Channel onde forjadores disputam um prêmio de US$ 10 mil e o título de campeão da temporada 2022. Ele já tem reconhecimento internacional dentro do livro ‘Legacy of Steel’, o legado do aço, que mostra a história de 365 cuteleiros de alto padrão do mundo todo. “Cutelaria é uma profissão, uma paixão, mas principalmente respeito porque faca sem fio é colher”, resumiu. A divulgação do programa pela emissora já começou, mas ainda não se tem definida uma data para a estreia.
Marcio falou sobre o seu trabalho. “Cutelaria é a arte de fazer ferramentas cortantes, ou seja, não importa o que seja, mas que tenha fio. Na época, vamos voltar a algo medieval, se usava tudo o que podia cortar. Pontas de chifre, pedras lascadas, metais, tudo, tem que cortar porque cortando você provoca a limpeza. Como surgiu a cutelaria no mundo? Com a necessidade de ferramentas e de armas. Se usava para tudo. A cutelaria é a arte de transformar ferramentas cortantes, o resto é capricho”, explicou.
Ele produziu sua primeira faca na década de 90. Hoje, artistas e políticos renomados utilizam facas de Marcio que levam, em média, 40 horas para serem produzidas. “Eu tenho até hoje ela, é a número 1. Muita gente vai lá e pede sobre aquele bicho feio e eu digo que foi a primeira, eles até brincam que podia melhorar, mas eu digo que ela nasceu assim e vai permanecer assim. Como eu não tinha faca, não existia para vender, eu comecei a criar as minhas próprias peças. Com uma lima e um fogão a gás. Esquentava e ia limando. O que você vê hoje dentro da minha oficina, se tirarem tudo e não tiraram o Márcio, ele vai continuar fazendo faca. Eu aprendi antes da luz elétrica. A faca era um hobby, uma atividade antiestresse. Eu digo que quando eu estou nervoso, vou fazer faca e quando eu estou inspirado, vou terminar ela”, resume.
As facas são produzidas são peças exclusivas. “Muitos me pedem quantas facas eu tenho para venda. São poucas. Eu faço peças únicas. Como eu vendo? Tenho seguidores nas redes sociais e os ciclos da vida precisam vão me trazendo amigos. Todas pessoas precisam de uma faca bem afiada e eu presto serviços de afiação, de conserto, customização, construção, então, o meu limite de construção de uma faca é o seu sonho. Se você chegar e pedir para colocar 80 gramas de ouro numa faca, eu faço. Já coloquei 17 gramas. Se pedir para esculpir o busto de alguém, eu faço. Eu sou um seleiro, trabalho com selaria, sou mestre forjador porque eu faço a faca, eu sou um toguchi japonês porque eu consigo afiar uma faca de origem japonesa no padrão que eles exigem, eu sou um escultor, dentista porque eu mexo com dentes de presas, sou taxidermistas porque consigo curtir um couro, pedreiro, marceneiro, serralheiro, tenho que entender de plumo, de nível de esquadro, mas a vida é assim, você vai absorvendo. É uma profissão solitária, você fica o dia todo sozinho e produzindo”, conclui.
Fonte: Portal Educadora