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Agricultores se especializam para fazer um melhor manejo na produção de soja

Curso do IDR em parceria com o Senar está acontecendo em Dois Vizinhos.

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  • 25 de Agosto de 2022
  • Assessoria

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Entre quinta e sexta-feira, 25 e 26 de agosto, foi realizado um curso (teórico e prático) de Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura de soja. A formação é oferecida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Sindicato Rural de Dois Vizinhos. Estão participando, ao todo, 16 agricultores, com idade entre 17 e 45 anos.

“Na última safra, tivemos grande frustração por conta da estiagem e os produtores começaram a refletir um pouco mais sobre a atuação deles com a sua lavoura. Esse curso vem para desmistificar alguns mitos, entre os quais, que a agricultura só se faz com veneno, com agrotóxico. Isso não é verdade. Temos que utilizar também as ferramentas que a natureza oferece. Conhecer os insetos, as pragas, os inimigos naturais, e, com isso, conseguimos trabalhar a lavoura de forma mais eficiente, sustentável, do ponto de vista ambiental e econômico. Essa sustentabilidade que o IDR, o Senar, as instituições vêm trabalhando, é pensada para que não haja um desperdício, excesso de agrotóxico no meio ambiente, o que aumenta, inclusive, os custos do produtor”, disse Vinicius Deotan Coletti, engenheiro agrônomo do IDR.

Ele destacou os resultados já obtidos. “Estamos acompanhando lavouras em todo o Paraná fazendo o MIP e, nesse período, todas as propriedades monitoradas tiveram redução de, no mínimo, 50% na aplicação de inseticidas. Enfatizamos que, só monitorando,  o produtor vai te dar 50% a menos na aplicação de inseticidas. Com o conhecimento, oferecemos ferramentas para o agricultor auxiliar tomada de decisão para fazer o tratamento da sua cultura”, disse.

O instrutor Leandro Alegransi falou sobre as disciplinas que serão tratadas. “A gente procura falar sobre a importância do MIP, como funciona e os agentes que ajudam o produtor na lavoura. A gente procura preservar os inimigos naturais das pragas que, no nosso ponto de vista, são amigos e esses organismos trabalham para os produtores 24 horas por dia, durante todo o ciclo da soja. Nossa função, com o curso, é propiciar esse acontecimento na lavoura do produtor e ele vai vivenciar isso durante o curso. Os resultados são positivos, temos a teoria e, semanalmente, colocamos em prática o trabalho e o produtor consegue ver esses ganhos semana a semana”, completa.

Exemplo

Ele destacou uma lavoura em Bom Sucesso do Sul, no ano passado, que fez o monitoramento e conseguiu melhorar os lucros utilizando menos agrotóxico. “Estávamos fazendo o monitoramento num talhão razoável, pedimos cerca de cinco hectares apenas para que, inicialmente, o produtor visse o resultado. Durante o curso, ele foi vendo que deu certo e foi aumentando, chegando a 28 hectares para a área total. Eu sempre digo que, quanto maior a área, o produtor mais economiza. Ele economizou uns R$ 40 mil por ter uma área grande”, explicou o instrutor.

Ele ressaltou ainda que algumas aplicações de inseticidas são exageradas. “A primeira entrada de inseticida, em toda a lavoura, geralmente é focada para vaquinhas, insetos devoradores, pequenos besouros que desfolhem e, geralmente, essas entradas não são necessárias. O produtor, às vezes, inseguro, faz essa aplicação e esse é o primeiro ganho no nosso curso. Até hoje nunca foi preciso nos talhões do MIP fazer a entrada para a vaquinha porque a soja tem grande margem de tolerância, ela é muito plástica, responde, ela toma pancada de um lado e do outro e volta. Ela responde muito bem aos ataques e as desfolhas até certo ponto, por isso, trabalhamos com níveis de controle. Não deixamos largada, monitoramos semanalmente e com o manejo economizamos inseticidas que eram colocados por insegurança”, conclui Leandro.

Fonte: Portal Educadora