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Muitos querem usar a vaga especial, mas não a cadeira de rodas, diz Karlize Zdziarski

Ela é mãe da jovem Jhenyffer Emanuely Frank, de 11 anos, que é portadora de deficiência e encontra dificuldades para utilizar os estacionamentos especiais.

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  • 26 de Agosto de 2022
  • Imagem Ilustrativa

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No próximo domingo, 28, será encerrada a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla que é pensada para desenvolver conteúdos visando a conscientização da sociedade sobre as necessidades específicas de organização social ou até de políticas públicas para promover a inclusão social e combater o preconceito e a discriminação. Neste cenário, familiares de pessoas com deficiência estão reclamando que as vagas especiais para esse público não estão sendo respeitadas em Dois Vizinhos.

Karlize Almieli Zdziarski é mãe da Jhenyffer Emanuely Frank, de 11 anos, que tem paralisia celebral tetraespástica, epilepsia de difícil controle e se alimenta por sonda de gastrostomia. Ela também tem um filho de quatro anos e tem encontrado muitas dificuldades para estacionar no nosso município. “Gostaria de aproveitar esse momento e compartilhar um fato que estamos enfrentando nos dias atuais no nosso município, que é a ocupação indevida das vagas de trânsito para portadores de necessidades especiais. A lei 13.146/2015, que trata da inclusão da pessoa com deficiência, estipula que 2% das vagas em estacionamentos públicos e privados devam ser destinadas a esse público. Vou citar um exemplo do que acontece. Tenho a Jhenyffer que está matriculada na Apae e um menino de quatro anos que estuda em uma escola regular. Sempre que vou levá-lo, ela está junto no carro. Existe uma placa de vaga especial em frente à escola e ninguém respeita. Uns dias atrás, cheguei no horário de saída e tinha dois carros sem credencial ocupando essa vaga. Coloquei meu carro mais à frente e o pessoal reclamou por ser vaga escolar. Tirei o carro e deixei uma quadra distante da vaga destinada à minha filha. Desci e fui a direção da escola contar o que estava acontecendo. Não era a primeira reclamação e eles também não conseguem resolver o problema”, disse. Ela destaca que a escola conta com outra aluna cadeirante e a família enfrenta o mesmo problema. Vale lembrar que estacionar em vagas especiais é infração gravíssima e gera multa no valor de R$ 293,47, além de sete pontos na carteira e remoção do veículo.

O problema não se restringe a escola. “Em vários lugares isso acontece. No centro da cidade, em frente às escolas, em estabelecimentos comerciais, em frente às clinicas, nas ruas próximas aos bancos e na secretaria de saúde.  Não falo só pro mim, represento muitas mães do nosso município que possuem filhos com necessidade especial, pessoas com alguma deficiência física ou comorbidade e os idosos. Enfrentamos isso todos os dias, em todos os lugares. Há meses nos organizamos, chamando atenção dos motoristas que estacionam nas vagas especiais. Uns respeitam, outros não, discutimos, conversamos e não temos voz ativa. Já tiramos fotos, já enviamos ao órgão responsável e assim vamos continuar fazendo”, lamenta.

A mãe fez um apelo emocionante para toda a população. “Peço, em nome de todas as pessoas que precisam dessa vaga, por favor, respeitem. Nós só sabemos o valor que ela tem a partir do momento em que precisamos usar. O que mais ouvimos é que vai ser bem rapidinho, só um minuto, e, nesse minuto, chega uma pessoa que precisam muito dessa vaga e não consegue usar. Imagina você chegando com alguém de 40 quilos no colo, morro acima. Ninguém se sensibiliza, estamos numa situação difícil diariamente e, muitas vezes, o que ouvimos é desprezo e deboche. Se pudéssemos, também não ocuparíamos a vaga. Não escolhemos usar, mas é nessa condição que nós estamos. Essa vaga não é sua nem por um minuto, porque muitos querem usar essa vaga, mas não a cadeira de rodas”, conclui.

Fonte: Portal Educadora