Gabriela Birck, de 21 anos, estudava 12 horas por dia.
Foto: Arquivo Pessoal
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Conquistar a vaga para cursar medicina em uma universidade pública não é tarefa fácil. Passar no vestibular exige muito estudo e dedicação. A duovizinhense, Gabriela Birck, conseguiu tal êxito e foi aprovada no vestibular da Unioeste de Francisco Beltrão, que tinha uma concorrência de 140 pessoas por vaga. A jovem, de 21 anos, concluiu o ensino médio em escola pública e estava fazendo cursinho há quatro anos e meio na rede Alfa de ensino (dois anos em Beltrão e dois anos e meio em Cascavel). “Eu decidi fazer medicina quando tinha 10 anos. É um sonho desde a infância e, quando eu comecei, não tinha muito noção do que era prestar vestibular para medicina. Foi só quando entrei no cursinho que percebi a batalha que tinha pela frente. Eu sai do ensino médio em um colégio público e vi a concorrência, o que eu teria que estudar para chegar na faculdade. Comecei a fazer cursinho no Alfa Rede de Ensino e a trajetória foi muito difícil. Eu tinha aula das 7h15 às 12h20, a tarde tinha o integral, um local onde estudamos questões, tiramos dúvidas com os professores e eu precisei de muita abdicação, muito estudo, determinação, para conquistar a vaga”, disse.
Ela ressaltou que o grande sonho era ser aprovada na Unioeste. “Foram mais de 14 vestibulares, mais de 14 nãos. Os vestibulares, o que me motivava a continuar, é que cada vez eu ia melhor. Eu até passei no Fies, mas eu pensei que iria conseguir passar numa pública e deu certo. No terceirão já fiz vestibulares e ficava na posição 1 mil e pouco. Aí foi melhorando, ficava entre os 500 na classificação, 300, 200, até que chegou o segundo lugar agora”, celebrou.
Emoção
Já na conferência da última prova prestada para a Unioeste, a jovem já sabia que estava com chances de conseguir a aprovação. “Quando eu corrigi minha prova, para quem está nessa rotina de vestibular de medicina, sabe que tem que fazer mais de 87% da prova e, no gabarito, eu tinha feito 60 de 77 questões e eu vi que várias questões caberiam recurso. Entrei com recurso e, quando saiu o provisório, eu fiz 65 de 77 questões. Aí eu vi que tinha chances de concorrer para passar mesmo”, lembrou.
O dia do resultado trouxe alívio para a jovem. “Foi um dos dias mais angustiantes da minha vida esperar o resultado. Eu fazia cursinho em Cascavel e eles divulgaram o resultado ao vivo lá, eles jogam as listas e a gente vê no papel. Quando eu vi Gabriela Birck eu falei: ‘eu acho que sou eu’. Foi uma emoção inexplicável, um sentimento único, a gente esquece de tudo que passou, foi uma emoção muito grande.
Dicas
Gabriela deu algumas dicas para alunos que pretendem cursar medicina. “Tem que ter muita determinação, garra, resiliência, saber recomeçar e saber que nem tudo é fácil, nem tudo vem do nada. Você precisa se dedicar e abdicar de muita coisa. Nesses últimos quatro anos eu passei, praticamente, estudando. Eram 12 horas por dia, final de semana, não tinha como não ser assim”. Como as aulas começam só em setembro, a jovem consegue está com uma rotina mais tranquila. “Está sendo uma experiencia diferente, a gente não sabe o que fazer. Está sendo estranho, mas muito bom. A expectativa está muito grande.”
Pais sofrem...
A mãe Janice Birck destacou como toda a família é importante para auxiliar um vestibulando de medicina. “Acima de tudo, queremos ver os filhos felizes, independente da profissão. Foi um sonho muito grande dela e, incialmente conversamos muito, eu e meu esposo, o Alvizio, no sentido que ela pensasse bem e também tivesse um plano B, porque se não for uma pública, não seria possível pagar um curso de medicina, mas ela disse que não tinha plano B. A partir desse momento, percebemos a vontade dela de estudar, se abdicava de tudo, confiamos e entramos junto com ela nessa luta. Acompanhamos, apoiamos, rezamos bastante, participávamos dos vestibulares, acompanhava e ela sempre vinha melhorando as classificações. Isso foi dando expectativa, os colegas foram passando e, na reta final, percebemos que era necessário um equilíbrio emocional muito grande porque ela já estava muito desgastada. Em abril, quando ela passou no Fies e disse que não estava satisfeita eu disse que se ela ainda tinha suporte para isso, íamos em frente. Também com ajuda de psicólogo, pensamento positivo, força em Deus, acreditamos que tudo que almejamos, com fé, fazendo as coisas certas, vai dar certo, não tem porque dar errado”, conclui.
Gabriela já fez a pré-matricula e inicia seus estudos no dia 12 de setembro, com a matrícula presencial marcada para o dia 20 de setembro.
Fonte: Portal Educadora