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Com frigorífico, Alpha Fish vai gerar 1 mil empregos diretos e 6 mil indiretos

Investimento dos empresários Robson, Lizânia e Gilson Tedesco já emprega mais de 80 pessoas em São Jorge D’Oeste.

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  • 28 de Setembro de 2022
  • Foto: Assessoria

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A Alpha Fish ainda não completou um ano desde o início das suas atividades, entretanto, o crescimento da empresa já impressiona. Instalada no Distrito de Dr. Antônio Paranhos, em São Jorge D’Oeste, o empreendimento já conta com mais de 80 colaboradores diretos que atuam na produção dos tanques, dos alevinos e engorda das tilápias. A empresa tem a outorga para explorar um milhão de hectares de água em 12 áreas. No futuro, os empresários planejam ter um frigorífico que vai oferece filés do pescado e pratos prontos e congelados.

O sócio da empresa, Gilson Tedesco, falou sobre os trabalhos que estão sendo realizados. “O que estamos fazendo é gigante, é algo de milhões e milhões. Para se ter ideia, em cinco anos, quando o frigorífico estiver operando, estimamos um faturamento de R$ 1,2 bilhão, em mais de 1 mil empregos diretos e uma cadeia com mais de 6 mil pessoas envolvidas”, disse. A preocupação com meio ambiente é constante. “Qual é o principal poluente da criação do peixe? É o dejeto. Trabalhamos a questão da ração para diminuir o poluente das fezes das tilápias, incluindo uma bactéria na ração. O lago de Salto Osório renova a água, totalmente, uma vez por semana e esse tipo de ração tem uma enzima que diminui e dilui as fezes do peixe, elas circulam mais rápido e não acumulam no fundo do rio”, completou.

A empresa também faz ações para retirar lixo das margens do rio. “Quando você joga um pacote de bala no chão, esse ato tem consequência gigante nas bacias hidrográficas. Nós já tivemos duas ações e tiramos mais de dois caminhões de lixo do lago, com coisas que você nem acredita. É inacreditável. Nós nos preocupamos com a qualidade da água porque esse é o nosso negócio. Quanto melhor a qualidade, mais transparente, melhor o resultado para quem vai produzir o peixe. Estamos trabalhando junto ao IAT, aos municípios para diminuir a inserção de lixo nos rios. E não estou falando só de Salto Osório, isso se estende a todas as represas e afluentes. Há 10 anos estou pesquisando esse seguimento, tenho preocupação com agrotóxicos, com as queimadas que acontecem, porque isso prejudica a fauna e a flora e o ser humano precisa entender que isso é a nossa sustentação”, completou Gilson.

Attílio Fontana do peixe...

O empresário está pensando numa forma de, nos próximos anos, ter integrados a Alpha Fish, num sistema semelhante ao criado pela Sadia com Attílio Fontana. “Eu não vou ter condição de vender esse modelo hoje, porque ele não existe ainda no Brasil. Temos que azeitar, arrumar e vamos fazer a integração sim. Como ela deve funcionar? A partir do momento que tivermos o frigorífico, o produtor que tiver sua propriedade com açude num raio de 50 quilômetros, vamos entregar o alevino juvenil, já vacinado, ele vai engordar estilo BRF. Porque você colocar tanque na água é uma responsabilidade, um compromisso muito grande com o peixe e o meio ambiente e se entrar muita gente eu acredito que não vai dar certo. Fizemos um levantamento que isso abrangeria a possibilidade de 1 mil a 1.050 integrados, então, vamos caminhar para isso. A qualidade da carne é a mesma, com diferença de sabor: no tanque escavado é um pouco mais forte, mas isso não é problema porque vamos trabalhar com duas marcas. O que nós queremos é ter uma qualidade final muito saborosa”, explicou.

Primeira despesca...

No final de agosto, os primeiros animais foram comercializados pela Alpha Fish. O empresário lembrou sobreo momento. “Eu chorei. Foi muito emocionante. Retiramos uma carga de 20 toneladas destinada ao Rio de Janeiro e é maravilhoso você ver todo o ciclo. Recebemos o alevino com 30 gramas, foi para a água, fizemos o trabalho para desenvolver e ele sai com cerca de 1 quilo em seis meses. É gratificante ver tudo acontecendo já que, se não produzirmos mais proteínas, em 2035, não teremos proteínas para alimentar o povo”, completa. A empresa já pode comercializar para todo o Brasil e, em janeiro, deve obter certificações internacionais, principalmente, para o Mercado Halal.

Fonte: Portal Educadora