O número de mortos pela onda de frio que atinge o continente europeu há mais de uma semana ultrapassou 360 nesta segunda-feira.
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O número de mortos pela onda de frio que atinge o continente europeu há mais de uma semana ultrapassou 360 nesta segunda-feira, após serem informados mais mortes na Ucrânia e nos países do Leste Europeu. Segundo as autoridades europeias, nesta segunda-feira a contagem de mortes pelo frio está em 364 óbitos. Na Ucrânia, o país mais atingido pela onda de frio, o número de mortos chegou a 135 nesta segunda-feira, informou o Ministério de Emergências da Ucrânia. As temperaturas caíram a uma mínima de -36º Celsius em algumas regiões. Na Polônia, o Ministério do Interior informou que mais nove pessoas morreram de hipotermia nas últimas 24 horas, o que elevou a 62 o total de mortos pelo frio nos últimos dez dias. Na Ucrânia, pelo menos duas mil pessoas foram internadas por hipotermia e problemas de congelamentos nos dedos, mãos e pés. A maioria dos mortos eram sem-teto.
Na Lituânia, onde as temperaturas caíram para -31 graus Celsius, a informação de que mais 12 pessoas morreram durante o final de semana elevou para 23 o total de mortos pelo frio no país báltico.
O Aeroporto de Heathrow, em Londres, retornou praticamente ao normal nesta segunda-feira, após a neve provocar centenas de cancelamentos no fim de semana, prejudicando milhares de passageiros. O aeroporto afirmou em comunicado que as operações foram normalizadas, mas notou que haverá alguns cancelamentos, "como resultado da interrupção de ontem".
Na Bulgária, as autoridades declararam emergência em grande parte das províncias no sul do país. O chefe da defesa civil, Nicolai Nikolov, disse que uma enchente atingiu 700 casas na cidade de Bisser, perto da fronteira grega, alagando as ruas com 2,5 metros de água. A enchente ocorreu após a represa de Ivanovo entrar em colapso. As autoridades búlgaras alertaram que outras duas grandes barragens, Ivaylovgrad e Studena, estão perto de transbordar e alertaram a população a estar preparada a abandonar a região. Pelo menos oito pessoas foram mortas pelas enchente no sul búlgaro, enquanto outras quatro pessoas morreram congeladas nas mesmas regiões dentro dos seus carros.
A Suíça também registrou recordes de temperaturas baixas, com -35,1 graus Celsius aferidos no cantão de Graubuenden. Na França, 39 dos 101 departamentos do país estão em alerta por causa da onda de frio.
Na Itália, as escolas permaneceram fechadas em Roma nesta segunda-feira e também ficarão fechadas na terça-feira. Até agora, 10 mortes foram reportadas pela onda de frio, incluídas duas pessoas que morreram após o desabamento de um teto coberto de neve, ao sul de Roma. Em Milão, maior cidade do país, as temperaturas caíram a -12º Celsius nesta segunda-feira e as autoridades abriram o trecho de uma estação do metrô para abrigar cerca de 100 sem-teto. A cidade continuou a ser castigada pela neve, que se amontoava nas calçadas. As cidades de Trento e Bolzano, na região alpina do Trentino-Alto Adige, registraram mínimas de -10º Celsius e a máxima ficou perto de zero. Em Veneza, onde a mínima registrada foi de -7 graus Celsius, os canais ficaram cobertos por pedaços de gelo mas á água não chegou a congelar totalmente.
Cerca de 60 mil lares estão sem eletricidade ao redor do país, principalmente nas províncias de Arezzo e Siena, na Toscana. A estatal ENI, de petróleo e gás, alertou que poderá cortar o fornecimento de gás natural para as indústrias por causa da redução da importação do combustível russo, embora autoridades europeias tenham dito que o suprimento vindo da Rússia começou a ser restabelecido.
A agência Ansa informou que entre as vítimas está um caminhoneiro encontrado congelado dentro do seu veículo no acostamento de uma autoestrada, na região do Abruzzo, Itália central. No sul da Itália, voltou a nevar hoje na região da Basilicata e nas províncias de Sassari e Nuoro, na Sardenha.
Na Sérvia, o governo declarou estado de emergência na noite do domingo, ao dizer que as nevascas atrapalharam o funcionamento normal dos serviços públicos. Funcionários da emergência e da defesa civil estimam que 70 mil pessoas estão nas montanhas e vilarejos, com as comunicações cortadas do resto do país pelas fortes nevascas. Todas as escolas primárias e secundárias do país foram fechadas durante uma semana. A Sérvia e a Bósnia reportaram uma morte cada nas últimas 24 horas por causa da neve, enquanto a Croácia informou que quatro pessoas foram mortas pelo frio.