Salário mínimo do brasileiro teria que ser de R$ 2.398, segundo Dieese

As reduções foram apuradas em Porto Alegre (-0,81%) e em Vitória (-1,54%). Nas outras 15 localidades os preços subiram.

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  • 07 de Fevereiro de 2012
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Apenas duas, das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica  apresentaram recuo nos preços dos produtos alimentícios essenciais nesse início de 2012. As  reduções foram apuradas em Porto Alegre (-0,81%) e em Vitória (-1,54%). Nas outras 15 localidades os preços subiram, sendo que em sete cidades mais do que 3,00%: Brasília (4,72%), João Pessoa (3,90%), Florianópolis (3,51%), Rio de Janeiro (3,35%), Recife (3,32%), Curitiba (3,17%) e Aracaju (3,11%).

Com o valor da cesta apurado na capital com o maior custo para os produtos básicos – que em janeiro, mais uma vez, foi São Paulo - o departamento estima mensalmente qual deveria ser salário mínimo necessário, levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Em janeiro, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.398,82, ou seja, 3,86 vezes o mínimo em vigor de R$ 622,00.

Em dezembro, o mínimo era estimado em R$ 2.329,35, que equivalia a 4,27 vezes o mínimo então vigente, de R$ 545,00. Em janeiro de 2011, quando o menor salário pago no país era R$ 540,00, o mínimo necessário foi estimado em R$ 2.194,76.

Em doze meses – entre fevereiro de 2011 e janeiro último – somente em Natal (-4,88%) houve queda. Os maiores aumentos ocorreram em Florianópolis (10,16%), Belo Horizonte (9,81%) e São Paulo (9,30%). Em nenhuma das capitais pesquisadas a alta anual dos preços dos  gêneros essenciais foi maior do que o reajuste aplicado para o salário mínimo, de 14,13%.

A combinação entre a elevação de 2,98%, em janeiro, no preço da cesta em São Paulo e o recuo apurado em Porto Alegre ampliou a distância entre o preço das duas capitais onde os gêneros essenciais são mais caros. Em São Paulo o custo do conjunto de produtos de primeira necessidade chegou a R$ 285,54, enquanto na capital gaúcha o valor foi de R$  274,63, bem próximo do encontrado no Rio de Janeiro (R$ 271,71), em Florianópolis (R$ 271,64) e Vitória (R$ 271,16). Aracaju (R$ 187,88), João Pessoa (R$ 212,18) e Natal (R$ 213,63) registraram os menores preços.