Recém-aposentado, Osmar foi técnico do voleibol do município por muitos anos e conquistou diversos títulos.
Foto: Assessoria
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Na última segunda-feira, 5, durante a sessão ordinária da câmara de vereadores, o professor de educação física Osmar Bach Júnior recebeu uma moção de aplausos. A homenagem se deu através do requerimento 029/2022 proposto pelos vereadores Cledemir Mezzomo, Fábio Júnior Gaspar, Márcio da Silva e Sandro Brunn. Na justificativa, enfatizou-se a carreira do professor e os resultados obtidos. “O professor Osmar se destacou promovendo Campeonatos Municipais de Voleibol e os eventos Colônia Open, de vôlei de praia. Durante os mais de 30 anos como técnico, levou o município a destaque regional e estadual na modalidade. Por vários anos, foi campeão escolar e dos jogos da juventude (ficando por dois anos no grupo especial). Nos Jogos Abertos, fase regional, foram inúmeros títulos entre 2011 e 2019, bem como um vice-campeonato estadual em 2016, ano em que foi reconhecido pelo Jornal de Beltrão com o título de Destaque do Ano”, disse o documento.
Natural de Ponta Grossa, Osmar chegou ao município em 1989 depois de formar-se em educação física na UEPG. A vinda para Dois Vizinhos se deu através de um convite da então namorada, hoje esposa, Neide Costa, com quem casou-se em 1990. Trabalhou em diversas escolas da cidade e do interior, com destaque para a atuação no Colégio Estadual Leonardo da Vinci, onde foi diretor entre 2004/09. Na carreira, foi técnico das seleções de voleibol do município por muitos anos e diretor de esporte por seis meses em 1997. “Por meio dessa homenagem, a Câmara de Vereadores busca retribuir, em nome de todos os munícipes, o trabalho do professor Osmar junto ao esporte e educação”, completou o documento.
Agradecimentos...
Emocionado, o professor Osmar celebrou a homenagem. “Quando foi lido meu currículo passou um filme na cabeça sobre o que eu falaria nesta noite. Eu tenho comigo alguns propósitos. Inicialmente, que a vida da gente é dividida, em três coisas: a família em primeiro lugar, os amigos e o trabalho. A família é carinho, as coisas boas, ruins, os problemas, as alegrias, as tristezas; os amigos que sustentam a gente também no dia a dia e o trabalho é o que nos sustenta, nos dignifica e eu tive a grande satisfação de trabalhar com grandes pessoas no Estado e na prefeitura”, lembrou.
O começo teve muitas dificuldades. “Trabalhei na cidade, no interior, passei por várias escolas, algumas não tinham nem quadra de esportes e nós improvisávamos. Em Santa Lucia, em 1989, por exemplo, conversamos com o pessoal da serraria Pandolfi, pegávamos serragem, fazíamos a quadra e, na frente da igreja, tinha uma espécie de cascalho e era onde os alunos praticavam esportes. Eu lembro que na época formava uma fila de crianças, tínhamos apenas uma bola de vôlei para 40, 45 alunos e a gente ensinava um por um. No ano passado, voltei a trabalhar lá e tive a satisfação de encontrar muitos ex-alunos dando aulas para os filhos deles na mesma escola”, comentou.
Trabalhar com vôlei foi um acaso. “Em Ponta Grossa eu trabalhava com natação. Aqui fui para o vôlei, era a oportunidade. Estudei muito, tive experiências e me virei. Em 1989 fomos para os escolares em Cascavel, no meu primeiro ano, com várias meninas atletas que estudavam no Leonardo da Vinci e ficamos em segundo lugar, perdemos para Cascavel na final, numa pressão muito grande por eles serem o time da casa. Era uma competição só, não tínhamos fases regionalizadas. A nossa vida não foi fácil, as quadras eram abertas, as aulas eram no sol, não tinha uma sombra. Comecei a dar treino no Jirauzão e eu lembro que as meninas tinham um uniforme, na época, com sunga, e daí no primeiro ano elas já falaram que sunga não dava. Uniforme era difícil de conseguir, era o que a gente recebia. Nos estruturamos, arrumamos patrocinadores, amigos, empresários da cidade e eu não tenho certeza de quanto, mas dos 30 anos que estive na prefeitura, uns 25 anos o poder público não precisou comprar uniforme para o vôlei feminino, sempre foi através de patrocínios.”
Ele ainda agradeceu diversos amigos e colegas de trabalho e fez um pedido. “Não levem a mal, mas uma crítica aos políticos do município é, que desde que eu vim para cá, meu sonho é que tivéssemos uma secretaria de esportes. É um sonho particular meu. Sempre está nos planos de governo, mas nenhum prefeito criou, seja do meu lado político ou não. Eu sempre tive essa expectativa de ver o esporte crescer. Isso vai estruturar melhor o nosso esporte em Dois Vizinhos”, conclui.
Fonte: Portal Educadora