A ilustradora paulista Brenda Macedo (@breemotion) ilustrou o áudio da duovizinhense e viralizou no Brasil todo.
Solange (de verde) e Paulina são amigas inseparáveis. Foto: Portal Educadora
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Quem mora em Dois Vizinhos, provavelmente, nos últimos dias, recebeu um vídeo da ilustradora Brenda Macedo (@breemotion) onde uma senhora fala para a amiga, Solange, como chegar na sua casa. “Viu, Solange. Deixa eu explicar certinho como tu tem que vir.. tu vem vindo de Dois Vizinhos, né? Dai tu pega e desce as esquerda para baixo e sobe um eito para cima e, quando tem um aviário, tu não vai para a frente, volta pra trás mais um pouco. Tem uma entrada ali assim, daí. Vai subindo mais pra lá, dai vai indo bastante, bastante pra lá, vai indo. Quando tu chega lá, tu pega e vira um pouquinho pro lado daí, seria as esquerda daí. Aí tu vai seguindo, não é muito longe, não. É só seguir assim que é bem pertinho, bem fácil de ir. Depois tem que passar perto de umas estrebaria assim, umas vaca de leite que tem lá e tu vai subindo e quando tu chegou no morro, é só descer que tu já tá aqui daí, tá?”. O vídeo foi publicado no dia 24 de janeiro e já são 2,3 milhões de reproduções, 110 mil curtidas e mais de 2,4 mil comentários somente no Instagram.
Nesta quinta-feira, 2 de fevereiro, o Programa Sete e Meia, da Rádio Educadora, recebeu a Dona Paulina de Cesaro Cavaler e a famosa Solange Orben Mezalira, que contaram como aconteceu a conversa. Por incrível que pareça, a amiga entendeu o áudio. “Na hora eu fiquei meio na dúvida, mas como eu conhecia um pouco do caminho, imaginei que era isso mesmo. Eu também conheço como a Paulina fala e o mais difícil foi que, quando eu cheguei, eu sabia que tinha que entrar a direita e ela explicou para ir pra esquerda. Aí eu inverti a esquerda com a direita e foi certo. Onde ela fala que tu vai um pouco pra frente e volta pra trás é verdade, porque o caminho é como a serra do Rio do Rastro, que tu vai pra frente e depois volta. Era exatamente assim que tinha que ir. Eles estavam construindo o calçamento e não dava de chegar na casa dela pelo caminho de sempre e ela disse que eu tinha que ir por um desvio e, por isso, eu pedi para ela me explicar”, disse Solange.
O áudio começou a viralizar no dia em que foi enviado. “Eu pedi pra Paulina de manhã, fui para o sítio e só voltei à noite, quando ouvi o áudio. E, na mesma hora, umas 30 pessoas já tinham repassado o mesmo áudio porque, quem recebeu, mandava para mim por causa do nome Solange, mas não sabia que o áudio era pra mim. Aí a Paulina ligou para minha filha e pensou que eu tava braba com o áudio porque eu não respondia, mas eu só não respondi porque lá no sítio não tinha sinal de Internet. Eu ri a noite toda quase, mas o endereço não estava errado”, completa.
Paulina, por sua vez, lembrou como ela fez o áudio viral. “A Solange me falou para passar o endereço, aí eu deixei quieto e fui carpir. Carpi um bom pouco, estudando na cabeça, pensando, voltei e comecei a falar, explicar e não sei como saiu tudo aquilo. Foi saindo. Se eu sabia que ia pro mundo afora eu tinha emendado mais um pouco (risos). Tinha feito melhor. Tinha tanta coisa pra ir colocando, foi indo e agora esparramou”, conta a autora. Ela ressaltou que, agora, muitos áudios que envia nos grupos são repassados adiante. “Eu tenho que me cuidar porque começaram a soltar tudo que é coisa. De repente tem alguma coisa meia feia, né? Vai para frente tudo o que eu mando”, completa. No seu WhatsApp, são diversos grupos. “Tem de tudo. Uns grupo de matar galinha, de matar porco, das amigas do filó, da Igreja, e mais uns par de grupo”, disse. Ela ainda é catequista, participa do clube de mães, da pastoral do idoso, entre outros.
Boas anfitriãs....
A dupla chegou para entrevista munida de um pão caseiro, três variedades de chimia (não pode chamar de geleia) e um bolinho de chuva. “Eu chamo de bolinho da sogra porque eu gostava muito da minha sogra. A receita é dela e eu faço no rumo, não tem como explicar. A chimia de pêssego eu peguei as frutas na minha vizinha e a outra é de uva que a gente comprou uma caixa junto, no ano passado, e passou um dia fazendo”, explicou Paulina.
Boas amigas
A dupla é inseparável, faz viagens em conjunto e se conheceram quando a filha de Solange foi estudar em Umuarama, cidade onde já estudava a filha de Paulina. “Eu conheci ela em 2011, quando a minha moça foi estudar em Umuarama. Como era um lugar estranho e a filha dela estudava lá, eu fui conversar com ela para saber como era e tudo mais. Eu nunca tinha visto ela. Foi nessa época que eu conheci e ela disse que era pra ir, que a gente ia dar um jeito, as duas iam morar juntas e nenhuma ia ficar sozinha. Ajeitamos, levamos uma beliche, colocamos elas morar junto e quando eu ia para Umuarama, ligava pra Paulina e a gente levava carne, queijo, chimia, pão, grostoli, o que tinha da roça, mandioca, milho verde, cebola e assim por diante”, lembra Solange.
As duas se consideram parentes de coração. “Ela é mãe das minhas filhas, eu sou mãe das filhas dela. Sou avó da neta dela também, porque ela não é avó dos meus porque eu não tenho”, completa.
O Programa Sete e Meio completo você pode acompanhar clicando aqui.
Fonte: Portal Educadora