O professor Gilberto da Silva tem grande experiência no esporte e trabalha também na Guarda Mirim, Coopermundi e Pequeno Príncipe.
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Com mais de 30 anos de atuação na capoeira, o professor Gilberto da Silva, contramestre da Associação Cultural de Capoeira Caravelas Negras, está oferecendo aulas da modalidade no Ginásio Teodorico Guimarães. Para adultos, as turmas são nas segundas, quartas e sextas-feiras às 19h. Já nas segundas, terças e quintas, às 17h40, as aulas são voltadas para crianças. “Todos que tem interesse podem fazer uma aula experimental para conhecer. A capoeira é inclusiva e não existe um pré-requisito para jogar. Ela tem espaço para todos. É música, dança e ritmo. Se você tem problema de joelho e de coluna, você pode tocar e cantar. Eu comecei, com 14 anos, querendo velocidade, jogar, pular. Depois fui aprender berimbau, me adaptei a isso, e agora, com 47 anos, já olho a musicalização, a instrumentalização porque eu sei que estou envelhecendo, o corpo perde massa muscular e flexibilidade. Você se encontra dentro de uma roda. Com as crianças a gente desenvolve o lúdico para que ele evolua grau a grau”, explicou Gilberto.
História
O professor ressalta que a capoeira nasceu no Brasil. “Ela nasceu de uma ânsia de liberdade dos escravos. A luta se disfarçou em dança e a dança se disfarçou em luta para que o negro conseguisse sobreviver. Com o passar dos anos, ela foi crescendo e está hoje no mundo todo. Muitas pessoas ainda dizem que a capoeira veio da África, mas quem veio de lá foi o africano. Ele foi capturado, viajou o oceano e chegou aqui sem identidade nenhuma, nem como cultura, nem como indivíduo. Passados muitos anos, nessa mudança, ele teve que se adaptar. Não foi o negro próprio que desenvolveu a capoeira. O europeu colonizava o Brasil e o negro era a mão de obra e, nessa mistura de etnias, nasceu o mulato brasileiro que desenvolveu a capoeira dentro da senzala. Ele via seu pai, o seu avô sendo maltratado, sem dignidade nenhuma e ele começou a desenvolver suas habilidades em luta”, explicou.
Por um período, jogar capoeira era proibido. “O senhor de engenho desautorizou a luta e o negro, por si só, começou a colocar o tambor, que veio junto com o africano, para disfarçar aquela luta para que eles continuassem treinando os movimentos que eram letais porque contra a arma do senhor de engenho o negro tinha seu próprio corpo. Nesse processo, ele começou a querer a liberdade, fugia da senzala, conseguia se sobressair, chegava no quilombo e ensinava o que aprendeu e assim começou a se disseminar a capoeira. A prática chegou a ser proibida por lei até que, em 1935, o Mestre Bimba se apresentou para o então presidente Getúlio Vargas, através do governador do Estado da Bahia, e ele revogou a lei que proibia a prática do esporte. Agora é patrimônio do Brasil, a roda de capoeira é tombada pela Unesco e se difundiu em todo o mundo”, conclui.
Fonte: Portal Educadora