Raquel Aparecida Doneda dos Santos e Jilierme dos Santos, de Bela Vista da Caroba, são proprietários do Recanto da Pitaya.
Foto: Reprodução Facebook
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A edição do Programa Sete e Meia desta segunda-feira, 27 de fevereiro, trouxe a história de Raquel Aparecida Doneda dos Santos e Jilierme dos Santos que são proprietários do Recanto da Pitaya, uma propriedade instalada na Linha Vista Gaúcha em Bela Vista da Caroba. Em pouco mais de três anos trabalhando com o fruto, o casal já se tornou referência e entrega uma produção de quase 6 toneladas pitaya branca e pink. “Somo certificados como orgânicos pelo Tecpar e pelo IBD e isso exige um trabalho ainda maior para produzirmos sem nada de agrotóxicos, respeitando a natureza e o meio ambiente. A nossa ideia é mostrar que numa propriedade de apenas três alqueires é possível produzir muitas coisas. Nosso Sudoeste é carente de fruta e a pitaya nos abriu portas para ver que é possível produzir em grande quantidade em pouco espaço, com qualidade e sem veneno. Para nós, hoje, o sítio é um modelo de mudança de vida. Uma opção de qualidade de vida. Nosso intuito de produção orgânica é oferecer qualidade de vida aos nossos filhos e as outras pessoas. É uma gotinha no oceano, mas oferecemos algo que vai fazer bem”, disse Raquel.
Jilierme falou sobre a estrutura montada para produção da fruta. “Todos os pés são irrigados, o gotejo é ligado três vezes por semana para dar qualidade. Um pé saudável precisa ser nutrido para dar uma fruta de qualidade. A doçura vai do tempo de maturação da fruta na planta. Como, basicamente, essa fruta vem de São Paulo, Santa Catarina ou Rio Grande do Sul, ela tem que ser colhida logo que fica madura, logo que fica avermelhada na casca para ganhar tempo de câmara fria, mas nessa etapa ela ainda não adocicou. Com 30 dias está madura, mas nós deixamos mais cinco, seis, sete dias no pé que é onde ela vai adocicar. Essa é a diferença da pitaya que vem de fora para a nossa. Nós usamos também uma tesoura de corte específica para cortar um pouco do cladódio, que é o caule, mas esse pedaço não vai influenciar na maturação, mas vai ajudar ganhar dois dias a mais de vida útil. O custo de produção da pitaya, por quilo, chega a R$ 5 e requer especializações. Tudo o que produzimos é vendido e hoje temos quatro fornecedores em Francisco Beltrão, Cascavel e Realeza”, disse.
Polinização cruzada
Os produtores destacaram a importância e a dificuldade da polinização para se ter o fruto. “Como é uma flor que abre só a noite, não temos muitos animais que fazem a polinização. Nenhuma abelha faz, por exemplo. O que a gente faz? Fazemos a polinização cruzada. Temos uma variedade da pink, tiramos o polen dela, e passamos na parte feminina da pitaya branca. Atualmente, 80% do nosso pomar já é auto fértil, ela mesma se poloniza. Eu inventei uma maquinha para acelerar o processo usando um canudinho de pirulito e um bebedor de passarinho e tem dado certo. Fazemos a extração da pink e passamos na branca por isso dá uma fruta bonita. Quem não faz a polinização, dificilmente vai conseguir segurar uma fruta no pé de forma satisfatória”, explicou Jilierme.
Raquel destacou que quem tem um pé em casa pode polinizar os frutos. “Na noite que abrir, você retira o polen e, com certeza, como não vão abrir todas no mesmo dia, você retira o polen, pode deixar na geladeira por até três dias num pote destampado e você poliniza a outra flor que abrir na sequência. Precisa misturar a de uma na outra. Pode não dar frutas grandes, mas vai dar. A flor abre somente uma vez, fica 12 horas abertas e nesse período precisa ser polinizada. O certo é tirar de uma espécie e colocar na outra, mas se não for possível, pode utilizar de uma flor na outra”, completa.
O fruto oferece diversos benefícios para a saúde. “O consumo in natura, em jejum, ajuda a regular a pressão alta, a quantidade de açúcar no sangue, por isso auxilia na diabete, dá uma sensação de saciedade, ajuda na perda de peso e a pitaya pink ajuda para prevenir o câncer. Ela só agrega, faz bem, regula o intestino e auxilia em diversas outras situações”, explicou Raquel.
Como a pitaya produz entre o final de novembro e maio, o casal também trabalha com a venda de mandioca e cogumelo shimeji. Quem quiser conhecer mais sobre o sítio pode seguir no Instagram (@dapitaya) ou procurar o perfil no Facebook (@recanto.dapitaya.5)
Fonte: Portal Educadora