O dia 13 de março de 1988 ainda está na memória de muitos duovizinhenses. Era domingo, o sol brilhava forte e mais de 6 mil pessoas estiveram no Estádio Alto da Colina para acompanhar a grande decisão da Taça Paraná de 1987. Mais uma vez, frente a frente, estavam o Esporte Clube Sete de Setembro e Trieste, de Santa Felicidade, região metropolitana de Curitiba. A decisão era a reedição da final de 1984, quando quem se deu melhor foi o time da capital. A derrota ainda estava engasgada na garganta dos torcedores e, em 1988, a história precisava mudar.
O resultado no jogo de ida havia sido bom: um empate em 2×2, na casa do adversário, com dois gols de Rui Picolotto. No jogo decisivo, em Dois Vizinhos, Piosko abriu o placar para o Sete de Setembro. Em seguida, Ferrinho marcou o segundo e fechou a contagem: 2×0 para o Amarelinho e o título da Taça Paraná de 1987. A cidade parou para celebrar o título, numa festa linda que envolveu moradores da cidade e do interior de Dois Vizinhos.

Gelcenoir Leirias da Silva, que era diretor social da equipe, também se recorda com carinho daquele dia. “A gente já tinha perdido uma decisão e estávamos confiantes na conquista em 1987/88. O time era muito bom e do goleiro ao ponteiro todos estavam muito focados. A cidade inteira ajudou para chegar naquele objetivo. Eu sempre digo que aquele título nunca ia sair daqui”, destaca. 

Ele fala sobre o grande público que o Alto da Colina recebeu. “Não tinha mais lugar. Eu estava na portaria e chegou uma hora que a gente foi deixando todo mundo entrar. Eu lembro que os caminhões quem transportam frangos encostaram na rua e o povo subia em cima para acompanhar a partida”, completa. Ele acompanhou todos os jogos e trata a campanha como impecável. “O time sempre jogou em alto nível, com regularidade. Fizemos barba e cabelo”. 
Um dos méritos, segundo o diretor, foi o trabalho fora das quatro linhas. “Aprendemos o caminho da roça com a dor. As coisas aconteciam dentro do campo, mas tínhamos que nos qualificar fora dele e para chegar ao título. Tínhamos uma estrutura profissional para os nossos atletas e isso fez diferença”.

Implacável
A campanha do Sete de Setembro foi espetacular: 20 jogos, com 12 vitórias para o time duovizinhense, sete empates e apenas uma derrota. Foram marcados 41 gols e sofreu apenas 12. O artilheiro da competição foi César Tumelero, o Ferrinho, com 18 gols marcados. “A Taça Paraná é o maior evento amador do Estado. Essa conquista está na memória de muitos duovizinhenses, naquela linda história que foi escrita”, resume Neri Mânica, que fazia parte do elenco do Sete de Setembro.

Quem jogou?

O Sete de Setembro entrou em campo com Paulão, Amarildo, Bonissoni, Mânica, Valmir, Tadeu (em memória), Tôniel, Jander, Vilmar, Piosko, Radin, Tônico, Bigu (em memória), Ferrinho, Rui Picolotto, Marcos Cavalo e Saravico. O técnico era Nercy Gewther, o Gaúcho (em memória). O clube tinha como presidente o advogado Jaime Guzzo, com Odacir Aschidamini (em memória) como vice-presidente, o médico era o Dr. Paulinho (em memória), com Gelcenoir Leiria da Silva, o Dr. Neco, como diretor social e advogado. A Rádio Educadora transmitiu todas as partidas e foi parceira da equipe na conquista.

Fonte: Portal Educadora