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Gordo Motos e os mais de 40 anos de amor ao motocross

Sidney Schaukoski, o Gordo Motos, organizou, durante 30 anos, a Copa Iguaçu. Ele teve, na carreira, centenas de acidentes, 13 fraturas graves e mais de 1 mil troféus.

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  • 14 de Março de 2023
  • Foto: Arquivo Pessoal

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Um dos grandes personagens da história de Dois Vizinhos, Sidney Schaukoski, o Gordo Motos, tem mais de 40 anos de dedicação e amor as motos e ao motocross. O esporte que lhe proporcionou mais de 1 mil troféus, mas também lhe deu mais de 13 fraturas graves em centenas de acidentes. “Eu comecei com motocross porque era fascinado por moto, mas antigamente não tinha a técnica de hoje, a escola que temos. A gente imaginava e fazia. Não tinha muita potência de motor, a suspensão era pior, as pistas eram diferentes, o pessoal achava que a gente era de borracha e a gente se quebrava muito”, lembrou.

O amor pelas motocicletas começou cedo. “Eu trabalhei desde muito cedo e usava bicicleta até que encontrei uma moto com o motor trancado quando eu tinha 12, 13 anos. Pedi se o cara queria vender, comprei o motor e, como não tinha oficina de moto aqui, fiz o motor e aí, como eu consertei a moto, muita gente começou a me procurar. Eu também trabalhei na Casa das Armas consertando arma, bicicleta e máquina de costura e chegou uma hora que foquei nas motos”, destacou.

Depois disso, foram mais de 30 anos organizando, mensalmente, a Copa Iguaçu em diversos municípios. “Em 1988 eu fiz uma corrida lá no Parque Industrial em Dois Vizinhos, foi a primeira. Depois, começamos a fazer no Parque de Exposições, muitos anos na chácara do Raimundo Carli, depois na família Zanella onde ficamos por muitos anos e tínhamos provas em outras cidades. Eu sempre gostei de competição, motor, sempre fui fascinado”, completou.

As façanhas de Gordo Motos...

Os saltos no bicicross no terreno do Gazzalle, descer a escadaria do Bradesco de moto (e ser levado para a delegacia por isso) e andar no globo da morte de um circo sem qualquer experiência estão entre as façanhas do duovizinhense. “Lá em Chopinzinho, não dava mais o cavalo de aço, aí eu fiz uma rampa da altura de um poste e saltei de moto dentro de um açude. Todo mundo quer ver a gente morrer. Um dia que tinha um circo na Cidade Sul, era meio quebrado, tava dando pouca gente e o cara falou que tinha que treinar um monte pra andar no globo da morte. Aí eu falei pra ele anunciar que eu ia andar. Quando ele anunciou, tinha gente puxando a lona do circo por fora do alambrado pra ver eu morrer. Quando eu entrei no picadeiro foi uma loucura”, brinca.

A pior batalha

Lesões, quedas e todos os acidentes de moto não foram a principal batalha vencida por Gordo. Recentemente, ele ficou mais de 40 internado em virtude do coronavírus. “Voltei com a fé do povo. Fiquei quase 40 dias entubado, fiquei no hospital aqui, fui para o Regional, em Beltrão. Foi bem sofrido. Cheguei a conversar com Deus, disse que se havia chegado minha hora, eu queria estar em paz com Ele. É difícil falar disso. Eu tenho só gratidão. O quanto o povo rezou por mim, eu percebo andando na rua, pessoas me vendo, me abraçando, celebrando que eu estou vivo. O quanto a minha família me deu força e eu sentia dentro do hospital. Eu quero agradecer muito o pessoal da saúde de Dois Vizinhos. Desde o motorista, as enfermeiras, médicos, a energia que eles me passaram foi inacreditável. Foi a corrida mais gratificante que eu venci na minha vida. No hospital, eu pedi mais uma chance e eu pensei o que ia fazer agora? Quero viver diferente, viver em paz, pecamos muito e perdemos muito tempo brigando e se preocupando com coisas fúteis. A coisa mais importante que você tem ao acordar é o ar que respira. Eu não sabia disso e agora eu vejo com outros olhos. A vida é uma brincadeira, você tem que rir”, conclui.

Fonte: Portal Educadora