As luminárias de piso Naiá e Nostalgia foram reconhecidas com o selo IF Design Awards. Elas foram inspiradas na cultura e folclore brasileiro.
Bruno com as luminárias de mesa semelhantes as que foram premiadas. Foto: Portal Educadora
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As luminárias de piso Naiá e Nostalgia, da Accord Iluminação, de Dois Vizinhos, desenhada pelo arquiteto e designer Bruno Diego Felippe, foram premiadas com o selo IF Design Awards, na Alemanha, um dos prêmios mais prestigiados e conceituados do design mundial. Em participação no Programa Educadora News, o designer celebrou a conquista. “É incrível. Cada vez que temos um comunicado desse, de que as peças foram premiadas, a reação é sempre a mesma: num primeiro momento não acreditamos, entramos em choque, mas depois a ficha começa a cair e não deixa de ser incrível todas as vezes. Com certeza, é um reconhecimento muito positivo para mim e para a empresa. Essas premiações acabam chancelando a qualidade do design das peças que são produzidas em Dois Vizinhos”, disse.
Ele falou sobre as peças. “Uma é da coleção Nostalgia. Ela é feita em lâmina natural de Nogueira e foi inspirada numa corrente arquitetônica que foi o Art Déco, um estilo muito popular no mundo todo há um tempo. O que me inspirou para desenvolver elas foram as minhas andanças pela cidade de Erechim (RS) que foi onde eu me formei. Morei lá muito tempo e lá temos um contexto urbano muito rico, com muitas edificações nesse estilo. Todos os elementos característicos dessa corrente arquitetônica acabaram me influenciando para que eu pudesse extrair a essência disso e materializar nas luminárias”, relatou.
A Naiá se baseou num folclore brasileiro. “Ela foi inspirada não só na flor da vitória régia, uma planta aquática que temos mais popularmente no Norte do Brasil, mas na lenda que está associada com a flor, que fala muito sobre questões de vida, de morte e ressurgimento. Naiá era uma indígena apaixonada pela lua, pulou na água em virtude do reflexo e se afogou. Aí a lua, que era tida como uma divindade para os indígenas, ficou comovida com a situação e fez com que a Naiá ressurgisse no formato da vitória régia. Essa lenda tem na sua essência a questão da morte, mas como uma transformação, uma passagem, em que ela acaba voltando a vida de outra forma. Por isso a luminária tem a questão da interação, da rotação, ilustrando o movimento entre a vida representada pela luz mais abundante e a morte que é representada pelo efeito de eclipse, ausência de luz”, completou.
Características do Brasil estão nas peças desenhadas por Bruno. “Tenho tido um esforço grande para me utilizar de inspirações que falam sobre os elementos que dão identidade para o Brasil. Desde que entrei na empresa, criei luminárias inspiradas na flora nativa brasileira, na cultura, na arquitetura regional, no folclore porque o brasileiro tem esse pequeno problema de, muitas vezes, não olha para nossa história, cultura e origens como deveria, honrando, reconhecendo a beleza que existe nisso. As inspirações vêm nesse sentido, buscando resgatar, enaltecer algo relacionado a cultura. O processo de desenvolvimento precisa ser mencionado. Por mais que o IF tenha sido um prêmio de design, ainda assim estamos falando de uma premiação que seleciona apenas luminárias reais. Sem o trabalho de desenvolvimento, a produção de inúmeras pessoas que trabalham no desenvolvimento dessas peças, nada disso seria real e nada disso seria possível. É um processo muito mágico criar essas peças, acompanhar o desenvolvimento e quando surgem os primeiros protótipos, que vemos as peças ganhando forma, a sensação é indescritível”, explicou.
Ele exaltou também as matérias-primas utilizadas pela Accord. “Trabalhamos apenas com lâminas naturais certificadas, temos preocupação muito grande com sustentabilidade, as tintas são lacas italianas, utilizadas apenas pela elite do mobiliário brasileiro e esses materiais contribuem para que toda a excelência do design ganhe uma forma que ofereça muita qualidade”, conclui.
Fonte: Portal Educadora