Empresa contratada apresentou o plano em audiência pública.
Foto: Reprodução Youtube.
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Uma audiência sobre o Plano de Transporte Coletivo foi promovida na noite de terça-feira, 18, no plenário da Câmara de Vereadores de Dois Vizinhos e transmitida pelo canal do Youtube do legislativo. A empresa Urbtec, de Curitiba, fez uma análise do sistema atual, que vem sendo desenvolvida desde o final de 2022 com pesquisa sobe-desce, pesquisa de origem/destino e satisfação, além de pesquisa sobre os Polos Geradores de Viagens (PGV). Com isso, foram diagnosticados os fatores positivos e negativos do atual sistema.
Entre as fraquezas observadas, há falta de informações para o usuário e 80% da frota excede a faixa etária de dez anos. "De maneira geral, tudo se resume a carência de informação ao usuário. As rotas mudam entre o que está mapeado e o que é executado e, isso, para o usuário, gera uma dificuldade na utilização do sistema porque perde um pouco a regularidade. Também a idade da frota é considerada excessiva”, explicou o engenheiro da Urbtec, Rodrigo Otávio Fraga Peixoto de Oliveira.
O município apresenta problemas topográficos, com declividade urbana acentuada, o que também interfere no roteiro. “Existem problemas que não podem ser solucionados imediatamente. A primeira é a questão da divisa entre as duas regiões centrais, que é bastante acentuada com poucas conexões viárias e isso exige que haja um afunilamento das rotas em certas ruas”, explicou Rodrigo.
Segundo ele, Dois Vizinhos tem roteiros que já contemplam os principais polos geradores (UTFPR, BRF e Pluma). “Um ponto positivo é que os traçados existentes já contemplam os pontos geradores de viagens, onde se concentram as demandas. Porém, como a rota está bastante atrelada a estes geradores de viagens, isso faz com que a frequência esteja atrelada aos horários de entrada e saída desses pontos, o que pode afetar a frequência dos usuários que querem utilizar o transporte para outros fins."
Após toda a analise, foram sugeridas melhorias. “Montamos este quebra-cabeça. O que existe de positivo temos que reforçar, tanto no ponto de vista da operação quanto da demanda. Tentamos, ainda, minimizar os problemas encontrados. O projeto básico, apesar de estar bem avançado, ainda é preliminar porque agora que vamos ouvir a opinião da população”, destacou o engenheiro civil Alceu Dal Bosco Junior.
“As principais considerações do sistema atual são a otimização dos itinerários e horários, com divulgação, já que demonstramos que as principais fraquezas têm a ver com o fato de os horários não serem fixos e estão muito atrelados aos pontos geradores. Apesar disso, é preciso atender a demanda desses pontos, pois é ela que ajuda a pagar o sistema e são os principais usuários”, destacou.
Foi sugerido ainda implementar um sistema de bilhetagem eletrônica, atualizar a frota de veículos e criar um órgão gestor. “O sistema de bilhetagem eletrônica e o órgão gestor auxiliam para que este quebra-cabeça seja montado frequentemente pela Prefeitura. Com os dados de bilhetagem eletrônica terá GPS nos ônibus, horário e local que o usuário embarcou no sistema. Então, fica muito mais fácil acompanhar a operação do sistema e verificar se tudo está ocorrendo conforme o planejado”, disse Alceu.
“Há ainda o equilíbrio do Cálculo Tarifário porque tudo isso tem um custo. Então, ao mesmo tempo que queremos melhorar o sistema para deixar mais atrativo para o usuário, temos que pensar também no ponto de vista dos operadores e do órgão público, temos que fazer um sistema bom e que seja barato”, defendeu Alceu.
O sistema de bilhetagem eletrônica permite também que o usuário tenha um tempo limite, geralmente de uma hora, para reutilizar o transporte sem pagar novamente, como acontece em grandes centros.
Foram projetadas sugestões de rotas, tanto para o transporte ‘Entre Bairros’ quanto a ligação ‘UTFPR – Pluma’, além de indicação de horários. As mudanças sugeridas poderão apresentar um aumento de 32% da quilometragem atual por mês, o que afetaria o valor cobrado para o usuário, por isso, foi sugerido um valor de tarifa técnica. “A tarifa técnica não é, de um primeiro momento, o preço que a Prefeitura vai autorizar a empresa a cobrar do munícipe. Na maioria das cidades, é necessário que a Prefeitura faça o subsídio da tarifa para a população porque se ficar muito caro a população não vai utilizar o sistema e ele vai ficar mais caro ainda. Então, hoje o nosso decreto municipal coloca o valor de R$4,50, que é uma média aceitável, Laranjeiras do Sul cobra R$5, Palmas R$5,50, Cascavel R$4,50, Foz do Iguaçu R$5, então estamos numa média boa. A tarifa técnica é o valor que vai custar para a empresa cada embarque e desembarque, mas isso será discutido com os empresários, com a Prefeitura, de como subsidiar, se for licitado porque existe a possibilidade de estatizar o sistema e a própria Prefeitura fazer a operação”, explicou Dione Luiz da Silva, diretor do departamento de compras e membro da comissão especial para lavramento de dados do transporte coletivo municipal de Dois Vizinhos.
Após a apresentação, os engenheiros da empresa e o representante do Poder Executivo responderam dúvidas e captaram sugestões do público presente e daqueles que enviaram mensagens pela internet.
Como próximos passos, a Urbtec vai entregar a minuta do Editar de Concessão que irá para a Câmara de Vereadores para ser discutida entre os legisladores e também fará a entrega do relatório de atividades.
Fonte: Portal Educadora