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Edemar Rizzi: 87 anos e uma saúde de ferro

Pioneiro, ele chegou em Dois Vizinhos na década de 60 e viu a cidade crescer.

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  • 04 de Maio de 2023
  • Foto: Arquivo Pessoal

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Com muito vigor físico, o pioneiro Edemar Rizzi celebrou, recentemente, os seus 87 anos. Ele chegou em Dois Vizinhos na década de 60 e, em recente participação no Programa Sete e Meia, falou sobre o segredo para chegar a terceira idade com muita saúde. “A saúde depende da alimentação, de estar na roça, de produzir o que come. O porco crioulo, a galinha crioula, ovo caipira, fazemos o nosso vinho, pouco álcool, para ter resistência. Eu não tomo remédio, caminho o dia inteiro, ajudo a família a tratar os animais, colher as frutas, plantar de novo, mandioca, milho, feijão, batata e também temos o engenho da cana. Eu fiz esse engenho, a pau a pique, quando cheguei no Paraná na década de 60, à braço. Cortei uma árvore, torneei com o mecânico e fazíamos o melado, a rapadura e o açúcar mascavo. A gente tomava chimarrão doce com a garapa também. Tirava do tacho quentinha e rodava o chimarrãozinho da garapa. Até hoje a gente faz isso”, disse. 

O pioneiro lembrou como escolheu deixar o Rio Grande do Sul e vir para o Paraná. “O Rizzi de Pato Branco falou, em 1950, quando foi lá em Soledade (RS), ele vinha comprar feijão aqui naquele tempo, disse que aqui não dava frio quase, produzia tudo, a terra era muito boa e eu escutei aquela prosa ainda guri e, quando cresci, resolvi vir para o Paraná. Viajei três dias de ônibus para chegar aqui e estou até hoje feliz e contente que deu certo a lavoura, o povoado cresceu e continua crescendo. Eu vim conhecer, vendi o terreninho, arrumei um caminhão pau de arara e viemos. Um dia e meio de viagem, com duas filhas pequenas, chegamos e fomos batalhar, trabalhar. Quando cheguei aqui era cargueiro e carrocinha, mais nada. Era um picadão.”

No começo, a produção era de feijão, porco e cana de açúcar. “Era o que dava dinheiro. A gente plantava mandioca, milho e cozinhava para os porcos porque não tinha ração. Aí foi crescendo a lavoura, desenvolvendo, veio energia elétrica, foi uma vitória, não é riqueza, é conforto. Depois a gente foi mudando de cultura, saiu do porco pra galinha, depois pro leite, sempre trabalhando com muitas culturas e se estruturando do jeito que é melhor. É um orgulho está aqui, chegamos aqui na década de 60 e é uma vitória estar aqui ainda. Os netos estão todos estudados, trabalhando e a gente na lavoura, tocando o barco, sempre ativo e buscando dias melhores. Sempre incentivei meus filhos a estudar, agora eles conseguem acompanhar a evolução”, completa.

O filho, Altair Rizzi, exaltou a história do pai. “Ele sempre procurou ajudar os vizinhos, os compadres, quando chegou no Santa Terezinha, com oito alqueires de terra, ele dava espaço pra duas, três pessoas para plantar lá e começar a vida. O pai sempre ensinou a gente a ser honesto, trabalhador, justo e nunca ser covarde”, conclui.

Fonte: Portal Educadora