Nesta quinta-feira, 18 de maio, às 19h, o Centro Cultural Arte e Vida, de Dois Vizinhos, vai receber o cine debate para celebrar o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Na ocasião, será exibido o filme ‘Nise: o coração da loucura’ e, posteriormente, será realizada uma roda de conversa com o psiquiatra Nelson Aiex, a psicóloga Suzi Carina Chaves e o filósofo e sociólogo Marcos Antônio Beal.

O psiquiatra Nelson Aiex falou sobre a luta antimanicomial. “Esse é um movimento que iniciou na década de 70, onde trabalhadores da saúde mental, inconformados com o método de tratamento que se usava, começaram a se mobilizar para propor mudanças que culminaram, em 1987, com um encontro de trabalhadores de saúde mental em Bauru (SP) e na conferência de saúde mental. Por que desse movimento? Até então, a ideia e a abordagem que se tinha sobre os doentes mentais era a exclusão, de confinamento, ou seja, a segregação. Então, as pessoas que tinham qualquer tipo de problema mental eram levadas a internamentos psiquiátricos, trancafiados em um hospital psiquiátrico, muitos sem perspectivas de quando iam sair”, destacou.

A lei Paulo Delgado, de 1987, mudou a realidade. “Foram fechados leitos em manicômios e hospitais psiquiátricos e se pensou em serviços mais inclusivos, que resultaram nos CAPS, RAPS, na rede de atenção de saúde mental e psicossocial. A partir disso, com a criação do SUS, vieram equipamentos de atenção que tem como grande diferença o trabalho para que o paciente permaneça vivendo próximo a sua comunidade, da família, seja tratado no município do domicilio, o mais próximo possível, mas a ideia é sempre fazer com que as pessoas permaneçam no seu ambiente”, completa.

Cine Debate

A nutricionista Gilmara Rompkovski Camargo, do comitê intersetorial municipal de saúde mental, falou sobre o evento. “É aberto para a toda população, no Arte e Vida, às 19h, e vamos mostrar o filme ‘Nise: o coração da loucura’ que retrata a época em que era necessário fazer essas mudanças e a médica psiquiatra luta muito por essa humanização no atendimento. Depois, teremos um debate e a população vai poder fazer perguntas e esclarecimentos em um dia muito importante para a sociedade. A gente sempre fala, na luta antimanicomial, que o trancar não é tratar. Hoje temos toda uma rede de apoio para esses pacientes, buscamos trazer a família junto para fazer esse entendimento e ofertar um tratamento mais digno e humanizado”, conclui.

Fonte: Portal Educadora