Dicas simples mantêm as unidades de produção longe da Influenza Aviária

O secretário de agricultura e abastecimento, Norberto Ortigara, esteve em Dois Vizinhos para uma mesa redonda que debateu ações.

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  • 06 de Junho de 2023
  • Foto: Maikelly Ribas/ACEDV-CDL

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Dois Vizinhos recebeu, na manhã desta terça-feira, 6, uma mesa redonda para debater o enfrentamento a Influenza Aviária. A doença já foi detectada em aves migratórias no Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Mesmo não chegando no Paraná, os trabalhos na biossegurança estão sendo intensificados para proteger duas grandes cadeias produtoras do Estado: o frango de corte e o ovo. O Paraná exporta, atualmente, carne de frango para mias de 150 países e as fábricas do setor empregam mais de 95 mil pessoas (no chão de fábrica).

O evento contou com a presença de Norberto Ortigara, secretário da agricultura e abastecimento do Paraná, além de diversos prefeitos e secretários de agricultura. “Hoje é um dia importante, de tomada de posição, de conscientização para um assunto que pode se tornar muito grave. Estamos trabalhando esse tema pela capacidade técnica instalada junto com os agricultores, que são os maiores interessados, aqueles que criam frango e produzem ovos, junto com a agroindústria que fomenta, recebe e processa. É o interesse da economia do Paraná e do Brasil que está em jogo e, como lideramos a produção e as exportações brasileiras, ele se torna muito relevante”, resumiu Ortigara.

O secretário ressaltou que o Paraná é referência em biossegurança na avicultura. “Há muitos anos temos pedido o entendimento do nosso irmão agricultor quanto às medidas protetivas do ambiente de produção. Em alguns casos, não fomos compreendidos da forma que desejávamos, talvez até por falta de habilidade de comunicação do tema que já se mostrava relevante. Eu sempre digo que os temas sanitários são importantes porque eles expõem a riscos. Essa influenza aviária veio cercando o Brasil, chegou aqui, ainda em aves silvestres, migratórias, e agora passamos a renovar o pedido de atenção para fazer tudo ao nosso alcance e evitar um mal maior que tem o poder de provocar uma derrocada na economia. Fazer bem feito, estar preparado, agir pronta e eficazmente é necessário e, caso se tenha a ocorrência, entrar com os métodos, temos plano de contingência preparados pelas empresas, municípios, agricultores e Adapar em conjunto com o Ministério da Agricultura. Nosso pedido é para darmos as mãos para proteger o segundo produto que mais gera valor na roça no Paraná”, completou.

O que fazer?

Entre as dicas de cuidados repassadas estão a de não deixar pessoas estranhas entrarem nas unidades produtoras, a desinfecção de veículos e equipamentos antes de ingressar na propriedade, intensificação das práticas de higiene, evitar contato com outras espécies de aves, blindar o ciclo de água (não utilizar água de rios ou fontes). “Estamos no município que tem a maior concentração de aves do Paraná, uma das maiores do Brasil e do mundo. Hoje vivenciamos o maior desafio sanitário da cadeia na história. A Influenza Aviária está persente em praticamente todos os continentes, nos principais países produtores e exportadores e o Brasil tinha esse privilégio de não ter a doença. A cadeia avícola investe nessa proteção há mais de 10 anos e segue sendo necessário melhorar os procedimentos. Não adianta ter a melhor estrutura, se o produtor falhar. A gente acompanha a doença nos outros países, então, vemos em algumas situações propriedades excelentes, de milhões de dólares, que a doença acaba com todo o plantel por falhas no processo. Temos uma biosseguridade muito boa no Paraná, mas alguém que falha pode comprometer toda a cadeia”, disse Rafael Gonçalves Dias, gerente de saúde animal da Adapar.

Ele deu outras dicas. “O desafio sanitário é grande e vamos trabalhar na prevenção, desinfecção dos  veículos na entrada dos aviários, telas para evitar que aves de fora entrem para comer ração ou tomar água, os galpões precisam ter a porta fechada, o produtor precisa de um calçado específico para entrar nos galpões, além da roupa adequada, não deixar que pessoas entrem nos galpões. São medidas simples, que os produtores já sabem e são orientados há muito tempo”, completa.

As aves contaminadas apresentam sinais de doenças nervosas e respiratórias ou casos de morte repentina de grande quantidade de aves em curto período de tempo. Em caso de suspeita, a recomendação é consultar um veterinário. “Detectada alguma ave com algum sintoma, não meta a mão. Chame o veterinário do município, da Adapar, da região. Ele sabe os procedimentos técnicos. A ocorrência dos casos no RJ, SP, ES, lá no RS, não tem o direito de provocar nenhum embargo comercial. Acreditamos que o time está bem treinado, os agricultores alertados, mas vamos seguir tratando desse tema importante e, no aspecto comercial, temos tratado isso em alto nível, há muito tempo. O consumo não é afetado porque a carne bem preparada, cozida, não tem nenhum problema para o ser humano. Temos o risco e por isso renovamos o apelo à comunidade para que, se encontrar algum animal com algum sintoma, chame as autoridades veterinárias, de preferência o time da Adapar, porque eles sabem como agir rapidamente. Não coloque a mão”, conclui Ortigara.

O prefeito Carlinhos Turatto (PP) pediu apoio dos produtores. “Temos que levar a sério esse problema. Recebemos uma equipe super preparada para o assunto, mas temos que levar a sério. Os produtores precisam investir nas propriedades para que não tenhamos tristezas maiores. Começou lá no espírito santo e já está no Rio Grande do Sul com essas aves silvestres e quem não estiver com a propriedade preparada pode sofrer as consequências.”

Fonte: Portal Educadora